Traição Sem Pudor!
Na política, onde impera o amor e o ódio, vale tudo. Parece um ring onde os lutadores querem o escalpo do outro, mas quando soa o gongo, os contendores se abraçam e saem de mãos dadas para o vestiário. Haja estômago para aguentar as provocações, ofensas e tapinhas nas costas.
O objetivo é sobreviver a qualquer custo, sim porque perder a mamata do cargo, as mordomias, as mutretagens e os holofotes da mídia representam o ostracismo e cair em desgraça. Quem um dia foi eleito e usufruiu das benesses públicas jamais desejará voltar a ser um reles desconhecido. Homem público que não é criticado, ofendido e vilipendiado em sua honra, de duas uma, ou morreu no dia seguinte da posse ou na primeira semana do mandato resolveu amarrar bexigas de gás numa cadeira, sentou nela, e subiu para além das nuvens para nunca mais ser lembrado.
Político que se preza tem que ser polêmico, grosso e odiado para conseguir um séquito de bajuladores e mentecaptos. Exemplos? Requião, Ciro e Gleisi. Quanto mais “aprontam” mais são idolatrados. Exemplos? Lula e FHC. E os “enrustidos”? Estes são os que aparentam uma coisa mas que são camaleões, mudam conforme as conveniências. Exemplos? Temer e Osmar Dias. Enfim: são alguns espécimes de centenas de péssimos modelos e exemplos.
Desse emaranhado de comportamentos que compõe a estirpe política a “qualidade” mais arguta, sem nenhuma dúvida, é a traição. O bom político trai sem dó e nem piedade, faz parte da sua obrigação diária. E o alvo principal sempre é o amigo do peito, aquele que está mais próximo e mais aliado do que nunca.
Lembram-se daquele famoso episódio que envolveu o Álvaro e o seu vice-governador que era parente do Aníbal? Estes dois, após a propalada renúncia do então governador para concorrer o cargo de Senador, pretendiam dar um golpe político e abandonar o renunciante às moscas. Só não conseguiram porque o Álvaro pressentiu a traição no ar e acabou não renunciando. Só o Richa, caiu nesta armadilha.
A Cida assumiu a governadoria e escanteou todos os secretários de então governador, que foram impelidos a deixar seus cargos. Manobra pelo qual ela pretende implantar a nova política do populismo barato, que só vale para disputas de prefeitos nas cidades do interior, mas que não dá frutos para uma eleição majoritária como de governador.
Nesta hora o Richa com certeza deve estar arrependido do passo errado que deu: como coadjuvante se quiser ser eleito senador tem que acordar de madrugada, “arregaçar” as mangas, sair catando eleitores pelas ruas, se não quiser ter a maior decepção da sua carreira política. Vale lembrar que seus concorrentes são pessoas idôneas e de alto prestígio público.
Sem esquecer os seus imbróglios com a Justiça, o sufoco salarial que impôs aos funcionários públicos de um modo geral e os erros administrativos praticados nas áreas mais sensíveis para a população: saúde, segurança pública e Secretaria de Justiça.
Este é o verdadeiro mundo político, para sobreviver dentro dele o sujeito tem que ter a carcaça de jacaré e estômago de avestruz, e nunca se esquecer de não ficar com o calcanhar exposto e de portar uma faca bem afiada, escondida na cinta. Afinal, é sempre melhor prevenir do que remediar...
“O palco da politicalha é onde ocorrem as maiores cretinices e traições. Trair um aliado ou trocar de Partido depende das conveniências do momento. No Paraná o exemplo clássico e irrefutável!”
Edson Vidal Pinto