Um Povo Sem Rumo
Tem dias que dá a impressão que o brasileiro parece um beduíno que perdeu a memória no meio do deserto do Saara e não sabe o caminho para recuperar o bom senso. Pois foram tantos os acontecimentos que surpreenderam os seres humanos no planeta terra que virou a cabeça de muita gente. Não custa rememorar.
Claro que vamos servir de cobaias. Sempre fomos um povo pacato e desde que Cabral aportou por estas bandas vivemos sob a égide do Catolicismo quando então aprendemos como lição familiar que a Igreja é a casa de Deus , o Papa é infalível e representante do Arquiteto dos Mundos na terra, e que Pátria é o território físico que abriga o povo de uma nação.
Desde cedo aprendemos a ter medo do comunismo porque seus governos são escravagista e devoradores de criancinhas. Também inculcaram em nosso imaginário que os EEUU é um país economicamente poderoso com uma população rica e as Forças Armadas imbatível. Nossa visão da África é que era um continente habitado por negros que viviam nas florestas no meio de animais selvagens. A Europa um lugar longínquo com vários países monárquicos e berço da civilização.
A Ásia uma terra de lendas e misticismo de um povo desconhecido, estranho e misterioso. E pouco se falava da Austrália só se sabia que lá tinha muito cangurú. De repente os Russos mandaram uma cadela para o espaço, depois um homem e logo em seguida os americanos desceram na lua. Começou dai a era da tecnologia com um serpreendente avanço da Medicina que fez os seres humanos atingirem idade nunca antes imaginada, o mundo está no portão de cada casa, a notícia criou pernas e correu tão rápido que a informação chega aos quatro cantos do planeta em fração de segundos.
A ideologia imaginada no final do século XIX propondo um aliciamento utópico de que é o único caminho do pobre ser igual ao rico resistiu o tempo e neste século está inoculando o mundo. O Papa desceu do trono de Pedro para fazer política e pregar a ideologia perdendo o respeito litúrgico do cargo e por conseguinte a voz da razão. Novas religiões brotaram das periferias arregimentando milhões de fiéis com promessa de um futuro promissor.
As guerras e revoluções eclodiram em vários países e o EEUU em algumas delas perdeu a pose de herói imbatível. Fugiu da Coreia, Vietnã e Afeganistão. A Rússia e a China outrora países ditatoriais da noite para o dia vestiram a roupagem econômica do capitalismo e se transformaram em impérios econômicos. O mundo entrou em ebulição, as cidades cresceram, a população aumentou, a riqueza ficou restrita nas mãos de poucos, a violência está nas ruas e a fome se espalhou implacável por todas as partes. Esta em rápida síntese é a visão realista dos vários momento até o cenário presente.
E com todas estas transformações o brasileiro regrediu no aspecto cultural subjugado por um ensino sofrível que não propicia ao estudante a mínima noção da realidade, motivo pelo qual está perdendo a oportunidade de obter um bom emprego e viver melhor, preferindo ficar acuado e apreensivo na pequenez de discussões políticas e embates ideológicos.
Daí porquê chegamos ao cúmulo de deparar que um indivíduo tão desclassificado moralmente como Luiz Ignácio possa estar merecendo dos eleitores esclarecidos algum prestígio e atenção numa disputa eleitoral que se avizinha, por ser ele um erro que poderá ter consequências desastrosas. Não é possível que o sol escaldante do deserto que fez o beduíno perder a memória tenha também alcançado a cabeça dos brasileiros lúcidos que querem votar no Luiz Ignácio, dando as costas para o futuro de seu país, de seus filhos e netos…
“O Barroso, inquilino do STF, desabafou dizendo que os processos da Lava Jato foram anulados por filigranas processuais, mas que as provas contra os envolvidos são robustas e a corrupção está provada. E pensar que o maior corrupto de todos está disputando uma eleição que poderá sepultar a democracia no país. E tem gente inteligente que não quer enxergar esta verdade.”
Édson Vidal Pinto