Uma Data Especial.
Tem pessoas que caminham pela vida e deixam marcas profundas de suas pegadas no caminho -, outras, nem tanto. Ensinar alguém é ter o dom quase divino porque alia em uma única arte o prazer de instruir e ao mesmo tempo amar.
Sim, porque somente o verdadeiro mestre ama o seu aluno com o propósito de torná-lo melhor, formá-lo cidadão e propiciar-lhe a certeza de um futuro melhor. Quem ensina, ama.
Todas as profissões são importantes e dignas, a do Magistério é sublime. Ou alguém de sã consciência deixou de lembrar um dia sequer da primeira professora ou dos professores que marcaram a vida de cada um? E quando nos lembramos de quem nos ensinou o beabá, nos transportamos num tapete mágico do tempo para dentro de nossa primeira sala de aula, a carteira escolar que sentamos o quadro negro, o pó do giz, os colegas mais próximos, a cantina na hora do recreio, a temida sala da diretora e da alegria compartilhada no pátio da nossa escola.
Nossa primeira professora era um exemplo a ser seguida, uma segunda mãe, a melhor tia, a melhor amiga e protetora. E todos os outros que vieram depois dela deixaram um pouco de cada um dentro de nós, às vezes com lembranças turvas, porém nunca esquecidos.
E à medida que crescemos e subimos a escada do conhecimento, sempre nos deparamos com mestres e mestras que foram e ainda são nossas melhores referências, e a cada tempo medimos nossos instrutores pela intensidade de seus comprometimentos na hora de ensinar.
Na vida acadêmica, mais madura e experiente, somos mais exigentes e críticos quando avaliamos nossos professores, mesmo assim, muitos deles são nossos mestres e referências para sempre. No curso de Direito quem um só dia teve o privilégio de ter aula com o saudoso professor José Lamartine Corrêa de Oliveira Lyra, ou num curso de pós-graduação com o professor Renê Ariel Dotti, com certeza sabe muito bem avaliar o que estou escrevendo.
São todas criaturas ungidas por Deus para desobstruir mentes, inculcar conhecimentos e propiciar oportunidades para a escolha do melhor caminho. Infelizmente em um país em que impera a inversão de valores, onde políticos e jogadores de futebol são mais reconhecidos e aquinhoados, a Classe do Magistério não tem a devida importância que merece e nem a valorização que
devida.
Lembrando que ensinar não é cargo honorífico, como deveriam ser os políticos de um modo geral, mas uma carreira de Estado, com justa remuneração pela importância de formar futuros dirigentes, médicos, engenheiros, físicos, juízes,
empresários, advogados e novos professores.
Lembro-me de uma cena retratada no Facebook, quando dentro de um avião comercial turco o comandante reconheceu dentre os passageiros um seu professor de escola e através do microfone fez absoluta questão de destacar sua presença e render justa homenagem. E ao terminar de falar todos os passageiros levantaram de suas poltronas e aplaudiram respeitosamente. É pena que alguns educadores ( não vocacionados) tenham se deixado levar pela política partidária e ideologia castradora, comprometendo o encanto do Magistério e ensinando o que por direito não lhes cabe ensinar.
Contudo suas atuações em salas de aulas não podem comprometer a imagem e o prestígio dos verdadeiros professores que fazem de suas vidas um verdadeiro apostolado. São estes que devem comemorar a data festiva de hoje - Dia do Professor -, embora todos os outros dias os nossos corações de educandos não deixam jamais se esquecer de suas importâncias em nossas vidas ...
“O Magistério é para vocacionados que têm respeito pelo futuro dos educandos; são pessoas especiais que vieram ao mundo para semear conhecimento. Não é cargo honorífico, mas uma carreira de Estado; e como tal a remuneração deve ser compatível ao seu próprio grau de importância. Pena que alguns poucos tenham confundido a arte de ensinar, com política e ideologia. Estes não são educadores e nem merecem comemorar a data festiva de hoje, que não é sua!”
Edson Vidal Pinto