Vai Faltar Calabouço
Não morro de amores pelo Roberto Jefferson presidente do PTB por conhecer sua biografia e participação no rumoroso caso conhecido como Mensalão além de seus pronunciamentos ácidos, porém bem articulados, quando critica os ministros do STF e os esquerdopatas como um todo. E por ser uma pessoa controversa não sei avaliar bem se tem cacife ou não para provar a artilharia de ofensas que joga no ventilador.
Acredito que tenha porque não lhe falta a ousadia de falar tudo que quer e citar nomes de autoridades da republica para colocar sob suspeição suas virilidades e honestidades. E pelo conjunto da sua obra ontem foi preso por decisão do “Robespierre do Novo Século” - o inconsequente ministro Alexandre Moraes - que atendendo representação formulada por um delegado federal, sob o argumento de que o indigitado representado provavelmente patrocina mentiras pela mídia eletrônica e com sua jactância coloca em risco a democracia do país, acolheu o pleito e mandou prender o insuflador.
Mesmo tendo parecer contrário do Procurador-geral da República por não vislumbrar tipicidade nas condutas e por considerar que não se pode punir ninguém por exercer o direito de críticar. Afinal a Constituição do Brasil resguarda o direito de opinião como um dos pilares da democracia. Mas como o Moraes não pensa duas vezes não se constrangeu para levar o Jeferson para a prisão. Aliás de uns tempos para cá o aludido togado não só tem prendido gente a torto e a direito como, também, determinado instaurações de “procedimentos” de duvidosa legalidade contra diversas autoridades, inclusive em desfavor do Presidente da República.
É por isso que rotulei o mesmo de Robespierre que no episódio da Revolução Francesa logo após a queda da Bastilha e da monarquia reinante, participou como figura principal do novo governo popular e com a caneta cheia mandou centenas de pessoas suspeitas às masmorras e outras tantas ele condenou a pena de morte pela guilhotina. Só que no final ele próprio morreu guilhotinado pelos seus desmandos. Guardadas as devidas proporções o Moraes ainda não condenou ninguém à morte mas pelo visto foi até hoje na História da República brasileira o único juiz que condenou um deputado ao ostracismo : o Daniel Silveira.
Claro que a prisão em comento vai colocar mais fogo na lenha e acirrar os ânimos entre o governo federal e o STF. Por quê? Porque tudo que o Jefferson fala e acusa agrada aos ouvidos dos defensores da democracia e dentre estes o Presidente e toda uma vasta legião de seguidores e patriotas. E a ditadura do Judiciário Central aperta cada dia mais o torniquete com decisões e atitudes impensadas de seus encastelados ministros que ao invés de procurarem colocar termo às discórdias, dão motivos para impulsionar a indústria do ódio.
Com um Presidente oprimido, um governo obstaculizado, os Militares sendo confrontados, o povo indignado com tudo o que está acontecendo, com a Imprensa desesperada para colocar as mãos no dinheiro público para sobreviver, com o Luiz Ignácio em liberdade, com uma CPI da Covid composta pelos mais ordinários senadores que costuram o impeachment do Bolsonaro, não falta nada para o caldeirão explodir.
A situação nacional agrava há cada dia que passa -, não estou escrevendo nenhuma novidade pois quem sabe ler os sinais do tempo e dos bastidores não precisa de nenhuma bola de cristal para saber o que está para acontecer. Só mesmo àqueles que pudicamente pensam que a Constituição Federal vai salvar a Pátria e que o governo federal está errado e que o STF e o Congresso Nacional é que estão certos, com certeza não estão avaliando bem os rumos dos últimos acontecimentos.
E quando as relações republicanas se deterioram a ponto de nenhum Chefe de Poder conseguir mais contornar o impasse, o epílogo é previsível. E o que está faltando? Um empurrãozinho do povo nas ruas e nada mais…
“Está no ar um cheiro de pólvora que não é de foguete junino. Os últimos acontecimentos estão contribuindo negativamente para a paz social. O caldeirão verde-amarelo está fervendo e próximo de atingir seu estágio de ebulição. O momento não é de sonhos, gracejos e nem de aplausos. É de responsabilidade, muita responsabilidade!”
Edson Vidal Pinto
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