Viajando na Maionese.
Quem viajou para assistir a Seleção Brasileira na Copa do Mundo, ontem com certeza sentiu certo arrependimento. O resultado não foi o esperado. Os fogueteiros de plantão tiveram que segurar os rojões e até o Galvão ficou sem graça, buscando justificar o resultado nos erros do árbitro mexicano.
Foi um balde d’água naqueles que vivem e respiram o futebol. Claro, nada está perdido e a sorte poderá sorrir, outros jogos virão. Mas que empatar ninguém estava esperando é bem verdade. A mesma expectativa do povo pode valer para o julgamento do STF, quando será apreciada a manutenção ou não da prisão do Lula.
Tecnicamente, se àquela Corte já decidiu no seu Plenário que cabe cumprimento de pena e consequente prisão, quando o recurso da condenação tiver sido mantido por um Tribunal antes de seu trânsito em julgado, evidente que a pretensão do apaniguado e paparicado “preso político” não pode ser acolhida.
A não ser que os julgadores decidam sepultar no país o Estado Democrático de Direito. E o mais grave é de que o julgamento referido não é um mero jogo de futebol. Ninguém deixa de viver após a derrota de seu time do coração ou de sua seleção nacional; mas com certeza o resultado de uma decisão judicial política destrói o princípio de isonomia entre as pessoas de um mesmo país e corrompe a democracia.
Com a atual composição da Suprema Corte tudo pode acontecer, a maioria deles foi bafejada pelo petismo e deve ter compromissos a cumprir com a agremiação. A vulnerabilidade de certas pessoas em se deixar trair pela ideologia e cores de partidos políticos, não os tornam independentes para o exercício da judicatura. Nem àqueles que são nomeados numa escolha de nomes e muito menos os concursados, que entram na Carreira da Magistratura, mas que se deixam envolver pelo canto da sereia política. São indivíduos nocivos à Justiça.
O Juiz que não tiver o bom senso, equilíbrio e não souber primar pela sua independência para julgar, jamais deveria vestir a Toga. Muito menos aquele que decide ignorando a Lei. Seja num ou no outro caso a exoneração do cargo deveria ser sumária.
O mesmo vale para amanhã, no julgamento da Gleisi. Será uma amostra pequena do que poderá acontecer, embora aparentemente uma coisa não tenha nada a ver com a outra: um julgamento é condenar ou absolver e o outro será pisotear numa decisão já firmada por toda a Corte. Acho que são decisões que interessam ao país e não se compara com um jogo de futebol. Ou estou tão errado?
“Olhos abertos e ouvidos atentos: o povo não poderá se deixar anestesiar pela fantasia de uma Copa de Futebol.
O STF deve ser vigiado de perto, pelas pessoas de bem. Esta a triste verdade
de um país corrupto”.
Edson Vidal Pinto