Visão do Futuro?
Na última sexta à noite fui fazer um lanche com minha mulher no "Au Au", da Rua Carlos de Carvalho. Sentamos em uma mesa de dois lugares e enquanto aguardávamos para sermos atendidos, apreciamos o vai e vem de pessoas no estabelecimento.
Estava quase lotado. A grande maioria de jovens casais, alguns com filhos pequenos outros não, e também grupos de trepidantes adolescentes. Estes últimos é que mais chamaram a nossa atenção. Eles pareciam que estavam
Isolados, em um mundo diferente, davam risadas, falavam alto e tomaram conta do ambiente. Em um destes grupos, sentados mais próximos de nós, eram mais ou menos sete pessoas, quatro moças e três rapazes. Pelos trajes que vestiam não eram de periferia e nem de poucas posses.
Eram exemplos de inconveniência e falta de recato. Fiquei imaginando como é que irão se comportar em publico quando forem pais ou mães, que valores irão transmitir aos filhos, que rédeas inibitórias de procedimentos vão poder inculcar na educação e na vida familiar? Claro que eles não são os únicos, na sociedade como nos guetos dos bairros distantes existe uma identidade de comportamento, a juventude sofre poucas restrições e vigilância de seus responsáveis.
A liberalidade parece o núcleo central da vida, não apenas pelo uso contumaz de palavrões, como, também pela ousadia de roupas e tatuagens. Basta dar uma volta de carro pelas ruas, à noite, para deparar com os bares lotados e as calçadas repletas de jovens fumando e bebendo.
E o pior, isso ocorre não apenas nos finais de semana, mas todas as noites. Como os rapazes podem trabalhar ou estudar no dia seguinte? E as moças? Parece que ninguém tem horário a cumprir e nem obrigação. Como será o futuro? Especificamente no Brasil estamos criando uma futura geração de alcoólatras, pois o consumo de cerveja e outras bebidas estão aumentando na estatística diária.
A libertinagem sexual cada vez mais aceita e assimilada transforma de maneira acentuada a sociedade e o conceito de família. O casamento passou a um segundo plano nos projetos e nos sonhos. As condições financeiras e a segurança da sobrevivência são os principais itens que causam preocupações entre os jovens mais letrados e conscientes.
Quanto a liberdade sexual me faz lembrar as aulas do saudoso mestre Dr. Lamartini Correa de Oliveira Lyra, titular da Cadeira de Direito Civil, que ao discorrer sobre a família romana dizia que existiam dois tipos de casamentos: o tradicional, que era previamente arranjado pelos "pater familiae" ; e o de "usus" , quando autorizados pelos "pater familiaes" os "filius" passavam a morar juntos pelo período de um ano, para "testarem" se a união daria ou não certa. Tal qual esta ocorrendo hoje em dia.
Nas aulas de quarenta e nove anos atrás, a minha turma da faculdade chegava a dar risada com certa malícia porque jamais acreditávamos que pudesse um dia acontecer na tradicional sociedade em que vivíamos. Mas, aconteceu!
E assim caminha a sociedade contemporânea. Entre nós o crescente aumento populacional, a comida mais cara, falta de emprego, a vida cada dia mais competitiva, a juventude sem freios e nem inibições, e nós cada dia mais perdidos e testemunhando a chegada de novos tempos. Como será a visão do futuro visto pelos olhos , mentes e sonhos dos jovens que nos cercam ? Nem podemos imaginar, talvez possa ser melhor do que os momentos que foram só nossos e que estão chegando ao fim ...
Tomara que seja, para o bem das gerações que hão de nos suceder!