Vivendo Fora da Casinha!
Hoje, 27 de outubro de 2.017, sexta-feira.
São tantas coisas inusitadas que acontecem no dia a dia, que às vezes nem damos conta de tudo. Se atentarmos bem para os noticiários e considerarmos o grande número de assaltos e mortes violentas, temos a impressão que vivemos na época do antigo oeste americano, quando os colonos foram desbravar aquela região.
Só que não temos arma para nos defender! Mas se pensarmos bem no que acontece diariamente em Brasília, o cenário é outro, cheio de encontros noturnos e conchavos, dentro de um banditismo explícito dos tempos da cidade de Chicago dos anos de mil novecentos e trinta onde impera a Lei do mais forte sob a chefia de Al Capone.
Neste cenário não é preciso arma de verdade, pois para viver protegido basta ser amigo de certos ministros do STF. Pois alguns parecem metralhadoras humanas: quando abrem a boca destroem qualquer lei! É por isso que vivemos acuados, com medo de represálias e do veneno de certa jararaca. Enquanto pensava sobre tudo isto, trocando ideias comigo mesmo, voltei à realidade quando alguém me bateu levemente nas costas.
Virei à cabeça para trás e dei de cara com o Napoleão, um sujeito baixinho, gordinho, de botas até os joelhos, calça justa, casaca e com chapéu dobrado nas partes da frente e de trás:
- Olá, meu amigo! Está tão absorto, está pensando no que?
- Bom dia, Imperador! (respondi sem delongas). Estou pensando na violência deste país...
- É bem preocupante. Ontem à noite sai com Desiré para comer um sanduíche e vimos dois motoqueiros roubando um casal de mendigos...
- Mesmo? Há que pontos chegaram, não?
- Pois é em Curitiba só o Oil Man consegue pedalar seu triciclo infantil pelas nossas ruas...
- Ué, ele não anda de bicicleta?
- Andava! Um pivete furtou a “magrela” do nosso único herói!
Fiquei atordoado com a notícia. E o que será de nós, simples mortais? Estamos desarmados, fritos e à mercê da própria sorte!
- E o que fazer Imperador?
- Voar para bem longe, fugir dos ladrões, dos nossos governantes e dos políticos...
- Mas, para onde?
- Para Anchorage, no Alaska!
- Lá é muito frio...
- É verdade, mas lá bandidos não se criam...
-?
- Eles gostam de sombra e água fresca!!
Não há de ver que o meu amigo Napoleão tem razão, acho que vou acatar a sua sugestão. O difícil vai ser convencer minha mulher para uma mudança tão drástica. Só pensar em viver longe da corrupção, da violência e dos petistas, qualquer lugar é bom. A neve e o frio? Será um transtorno apenas no início, até acostumar.
Enquanto pensava com ar de felicidade soprou um ventinho frio que gelou minha alma. Parei de sonhar! Abri os olhos e estava deitado na minha cama. Que Anchorage coisa nenhuma, vou ficar por aqui mesmo: vou blindar meu carro, comprar um revólver de espoleta, usar peitoral de chumbo, me filiar no PT, ser assessor da Gleisi, morar num assentamento do MST, frequentar reuniões universitárias, cavalgar com o Requião, usar camiseta do “Che” e daí, duvido que algum bandido ouse me incomodar!
Moral da história: se você não tem como se livrar dos maus, junte-se a eles!
“Um conto pra lá de fantástico. Se não quiser perder tempo, não leia. Se resolver ler tire suas próprias conclusões. O bom é que a história tem começo, meio e fim. Tem até “moral”. É tipicamente uma fábula! ”
Edson Vidal Pinto