Arte Circulante: obras de conexão urbana
Na ocasião serão apresentadas 25 obras em técnicas mistas e tamanhos diversos, que tem como base a pintura a óleo de Moser interagindo com esculturas e objetos de Sapo. O resultado é uma instigante mistura de paisagens idílicas com a presença marcante de pistas de skate como elemento catalisador das linguagens propostas pelos artistas.
“Nós queremos que o espectador se sinta dentro da obra”, comenta Cristian Sapo, que também é skatista profissional, carpinteiro e técnico em edificações. Ele conta que a ideia surgiu quando o amigo JP Moser estava na Holanda e sugeriu uma exposição em parceria. “Nós queremos mostrar a arte que circula, que sai da tela, vira uma escultura ou um tênis e depois vai para as ruas”, conceitua.
JP Moser não esconde a satisfação de fazer sua primeira exposição no Brasil, depois de participar de várias coletivas na Holanda – uma delas no famoso Red Light District –, além de mostras na Irlanda e na Itália. “Expor na Europa, em lugares onde centenas de pessoas circulavam diariamente foi uma experiência que fez crescer como artista, mas agora, em Curitiba, vai ser ótimo poder mostrar minha arte em casa”. Para essa primeira exposição no Brasil, o artista trouxe algumas obras da Holanda e criou outras inéditas que tem como tema recorrente elementos do universo do skate como pistas, rampas e bowls.
“O skate nos uniu há muito anos, quando nós frequentávamos a mesma pista e eu organizava os campeonatos e levava o JP numa turma para competir em outras cidades”, lembra Cristian Sapo que começou a trabalhar com a arte tridimensional depois de construir muitas rampas de skate. “O esporte promoveu a minha aproximação com a madeira. E depois uniu a arte e me encaminhou na vida”, considera. Para o skatista carpinteiro seu trabalho transforma materiais descartados e abandonados com preocupação na sustentabilidade e no reaproveitamento da madeira.
E assim as obras foram surgindo.
Um sofá ramp em forma de melancia; um tênis de skate transformado num moinho holandês; uma esquadria de janela emoldurando uma paisagem... Desde fevereiro os artistas estão trabalhando em conjunto nas suas obras. Um intervêm na obra do outro. Normalmente a escultura vem depois da tela. “A gente sugere soluções e sempre respeita a opinião do outro. Na pintura busco não interferir, mas na criação das esculturas eu sempre converso pois é um acabamento em cima de uma obra”, explica Cristian Sapo.
Para o JP Moser, que foi influenciado por pintores impressionistas e surrealistas, suas obras tem uma visão underground e contemporânea e não são voltadas exclusivamente para o público que gosta do skate. “Minha pintura tem um sentimento próprio com lugares excêntricos. Procuro mostrar paisagens com referências de lugares que passei ou onde gostaria de estar, e mesmo com as pistas de skate, acho que elas atingem um público bem diversificado” considera.
Na abertura da exposição será inaugurada uma mini ramp de skate com a participação de alguns dos melhores skatistas do país – inclusive um campeão mundial fortalecendo ainda mais a conexão do esporte com a arte. A marca de tênis ÖUS será uma das parceiras na mostra com um tênis especialmente customizado por JP Moser sobre a obra principal “The Watermelon Miniramp”. Além disso a cervejaria Xamã está produzindo, para a mesma obra, uma cerveja artesanal com leve sabor de melancia e no rótulo a reprodução da tela. A Hamburgueria What Fuck vai disponibilizar os hamburguers durante o evento.
Serviço:
Arte Circulante – Exposição dos artistas plásticos JP Moser e Cristian Sapo, no espaço colaborativo urbano Acervo Circular (Rua Mateus Leme, 142 – Centro Histórico).
Abertura sábado, dia 12, às 15 horas. Entrada franca.
Horário de visitação: sexta das 18 às 21 horas; sábado das 15 às 18 horas; e domingo das 11 às 15 horas.
A mostra permanece em cartaz até o dia 30 de novembro.