Etel Frota concorre à Cadeira 22 da Academia Paranaense de Letras
Recém-lançada no cenário da ficção com o romance “O Herói Provisório”, a escritora e letrista Etel Frota concorre à Cadeira 22 da Academia Paranaense de Letras – APL, que já foi ocupada por Carlos Stellfeld (1900-1979), Metry Bacila (1922-2012) e João José Bigarella (1923-2016). A eleição acontece no dia 11 de outubro, em Curitiba.
Fundada em 1936, a casa dos imortais do Paraná é presidida por Ernani Buchmann (Cadeira 2). Etel Frota pode se tornar a 12ª mulher a ingressar na ALP, ao lado de Adélia Maria Woellner, Chloris Casagrande Justen, Marta Morais da Costa, Luci Collin, Clotilde de Lourdes Branco Germiniani, Maria José Justino e Cecília Vieira Helm. Já foram membros da Academia: Pompília Lopes dos Santos (1900-1993), Helena Kolody (1912-2004), Leonilda Hilgenberg Justus (1923-2012) e Flora Munhoz da Rocha (1911-2015).
Poesia e música
A escritora, paranaense de Cornélio Procópio (PR), nasceu em 1952, e em 1980 passou a morar na capital do estado. Ela conta que apenas depois dos 40 anos de idade, muitos deles dedicados à medicina, começou a escrever poemas e letras de canção, voltou a estudar música, e desde 1999, atua de forma exclusiva como escritora (poeta, letrista, roteirista) e com algumas incursões pela dramaturgia.
Em 2002, lançou "Artigo Oitavo", livro+CD de poesia escrita, falada e cantada, com prefácio de Thiago de Mello, concepção gráfica de Paola Faoro e produção musical de Rodolfo Stroeter. Trilha executada por André Mehmari, Caíto Marcondes, Lydio Roberto, Rodolfo Stroeter, Sérgio Justen, Teco Cardoso, Participações de Cacá Carvalho, Cris Lemos, Liane Guariente, Mônica Salmaso, Nice Luz, Suzie Franco.
“Desde que comecei a escrever poesia, tenho sido publicada por suplementos culturais e antologias”, observa a escritora. Ela destaca os poemas “Quíron”, “O louco da rabeca” e “Um outro soma”, recentemente inseridos no livro “Blasfêmeas: Mulheres de Palavra” (Editora Casa Verde), do qual também participam mais 63 escritoras brasileiras da cena contemporânea.
Já a sua produção como letrista abrange uma enorme gama de gêneros musicais – do erudito à música caipira; de parceiros (no Brasil e Escandinávia) – de Zé Rodrix a Måns Mernsten, passando por Iso Fischer, André Mehmari, Consuelo de Paula, Davi Sartori; de intérpretes – de Nasi a Maria Bethânia, passando por Viola Quebrada, Kátia Teixeira, Carla Visi, Marianna Leporace, entre dezenas de outros.
Acompanhou, em 2016, o lançamento do projeto musical “Flor de Dor – Tao do Trio canta Etel Frota” (Cris Lemos, Fernanda Sabbagh, Suzie Franco; direção musical Vicente Ribeiro), que reúne parte de sua obra. “Por este trabalho, recebi o Prêmio Grão de Música 2016, e o grupo foi indicado ao 28º Prêmio da Música Brasileira, como melhor grupo vocal da MPB", orgulha-se. E há dois anos, atua como colaboradora do jornal Folha de S.Paulo.
Romancista de mão cheia
“O Herói Provisório”, seu primeiro romance, editado pela Travessa dos Editores, foi lançado em Curitiba e na FLIP 2017 – Festa Literária Internacional de Paraty (RJ). O livro tem tido uma boa recepção por parte de qualificados leitores: "Enredo muito bem construído, personagens vigorosamente delineados e consistentes, e uma linguagem elegante e fluente, revelando Etel como uma narradora de alta qualidade", na opinião do linguista Carlos Faraco. "A autora encontrou o modo correto de narrar uma multidão de histórias e de personagens, que movem a história, com uma linguagem caudalosa, generosa, inesgotável", segundo o escritor Roberto Gomes, que assina a orelha da publicação.
Atualmente, Etel Frota segue trabalhando em letras de canção e roteiros inéditos. Também está reeditando seus dois livros e dando vida a novos projetos: “A menina que engoliu uma estrela”, romance infanto-juvenil, “Santosha” (livro de poesia) e no musical “Canções do dia seguinte”.