Mercado das artes visuais ganha força em Curitiba
Até há pouco tempo, as artes visuais eram assuntos elitizados no Brasil, difundidas apenas em alguns nichos de mercado nas grandes capitais brasileiras. Nos últimos anos, esse quadro se alterou no país, e o segmento passou a chamar a atenção dos jovens, que partiram em busca de novas formas de expressão, contribuindo para o surgimento de novos circuitos artísticos contemporâneos em todo o país.
Modernas e adaptadas ao atual panorama mundial, as artes visuais contemporâneas, cada vez mais enraizada na cultura urbana, despertaram a criatividade dos jovens que buscam compreender os principais conceitos e movimentos artísticos, experimentando diversas formas de expressão. Na cidade de Curitiba, por exemplo, diversos eventos que englobam artes visuais tiveram origem recentemente, contribuindo para um cenário inimaginável até há pouco tempo. Além disso, novas galerias de arte se juntaram aos espaços tradicionais da cidade contribuindo para o aquecimento comercial do segmento.
“O mercado curitibano está em desenvolvimento e evolução. Tem cada vez mais gente produtiva e talentosa surgindo por aqui. Pessoas com vontade de fazer a cidade pulsar, fazendo eventos alternativos, abrindo espaços culturais, criando eventos mesclando artes visuais, poesia, música e moda. Hoje, a cidade tem artistas visuais fantásticos, como Denise Roman, Emerson Persona, André Mendes, Rimon Guimarães, Juan Parada e Leandro Cínico. Curitiba tem um potencial artístico extremamente poderoso”, explica a jovem artista Sarah Bauer, de 26 anos, que tem se destacado na cidade de Curitiba com sua pintura autoral.
Sarah Bauer segue o exemplo de uma geração de curitibanos que encontraram nas demonstrações artísticas uma maneira de se expressar e aproveitaram as oportunidades no mundo moderno para potencializar seus talentos. “Comecei a desenvolver uma curiosidade e uma necessidade de me expressar por volta dos 17 anos. Gostava muito da moda da década de 60 e 70 e queria usar roupas e acessórios diferentes. Foi então que percebi que eu mesma poderia fazer o que eu imaginava. Cortava camisetas, fazia uns desenhos em algumas peças. Passei a desenhar e pintar o que vinha na minha cabeça. Entrei no curso de Licenciatura em Artes Visuais e ao mesmo tempo fazia aulas de corte e costura. Na época, eu não sabia direito como poderia transformar esse meu interesse em profissão, mas resolvi seguir minha intuição e fui contra o discurso da família de fazer uma faculdade de Direito, Administração, Medicina ou mesmo concurso público”, conta a artista que hoje possui, também, formação em Moda e Design Gráfico.
Formação profissional
Esse aquecimento do segmento das artes visuais gerou uma grande demanda por cursos que formem profissionais capacitados para atender as necessidades de um mercado em franca expansão. Vislumbrando esse mercado, o Centro Europeu, uma das principais escolas de profissões e idiomas do mundo, resolveu apostar na formação de novos talentos e lançou, no ano passado, seu curso de Artes Visuais.
“Queremos estimular o aluno por meio de formas contemporâneas de produção artística, desenvolvendo uma uma visão crítica por meio da análise e da discussão de trabalhos em sala de aula com orientação de profissionais qualificados e informações atualizadas sobre as artes visuais. O curso contribui para a criação de um repertório criativo no setor das artes e nas diversas áreas do estudo estético, tais como fotografia, arquitetura e design”, detalha a artista e fotógrafa Tânia Buchmann, supervisora do curso da escola curitibana.
De acordo com a especialista, o conhecimento adquirido nas salas de aulas faz com que os jovens tenham todas as ferramentas necessárias para desenvolver projetos pessoais em escultura, pintura, desenho ou em qualquer outra linguagem, fazendo com que o mercado se movimente, gerando novas perspectivas.
“Estamos vivenciando uma geração cada vez mais preocupada em como emitir sua opinião e sentimentos, encontrando nas demonstrações artísticas uma forma muito interessante e fascinante de se comunicar com o seu meio. E isso se torna ainda mais especial a partir do momento em que esses trabalhos passaram a ser valorizados. Ou seja, está sendo criado na cidade de Curitiba um ciclo muito interessante para artistas e colecionadores de artes, com o consumo e produção crescendo diariamente”, completa Tânia.