“Escolinha”? Nada disso: educação infantil deve ser profissional e capacitada
Como escolher a primeira escola do filho? Muita gente procura uma instituição pensando no preço da mensalidade ou localização. Entretanto, não se deve deixar de conhecer a linha pedagógica, pois ela influenciará a relação da criança com o aprendizado para sempre.
A opinião é da pedagoga e mestre em Educação Marianna Canova, estudiosa das linhas educacionais que mais se adaptam à necessidade da infância. “Precisamos de um resgate do valor da primeira infância, em que a escola que acompanha a criança até os 6 anos é de extrema importância”, opina.
“Toda a formação da personalidade e caráter da criança ocorre até os 6 anos de idade, e é possível fazer pequenos ajustes necessários a partir de um olhar aprofundado sobre o desenvolvimento infantil, além de estimular habilidades socioemocionais para que a criança consiga desenvolver seus canais de aprendizagem nesse período”, explica a pedagoga.
Ela auxilia famílias há 20 anos, como professora, coordenadora, pesquisadora e diretora do Peixinho Dourado Berçário e Educação Infantil, e garante: quando existe uma parceria de confiança, em que os pais ou responsáveis acreditam na escola e há troca de informações e apoio mútuo, os pequenos estudantes se desenvolvem muito melhor.
Tudo isso se reflete no presente, com menos episódios de birra e maior engajamento com o conhecimento e os colegas, e no futuro, com uma aceitação do ensino e interesse em aprender.
Outro fator importante a ser observado é se a escola investe na capacitação de seus profissionais. “Trabalhamos com formação continuada, pela qual professoras e auxiliares realizam oficinas e cursos constantes, com o intuito de se atualizar sobre publicações recentes da área de Educação e debater as melhores formas de adaptar os recursos disponíveis para a realidade de cada criança - porque o olhar individualizado e especializado é fundamental”, explica a pedagoga. “Uma equipe bem capacitada consegue orientar as famílias, com uma visão muito mais aprofundada.”
Ela lamenta que, em nosso país, muitas vezes a escola da primeira infância seja menosprezada, quando poderia ser um importante aliado das famílias - uma rede de apoio muito presente e eficaz.
“Diversos pensadores, como Emmi Pikler, Maria Montessori, Henri Wallon e Loris Malaguzzi defendem que as crianças podem alcançar muito mais quando recebem autonomia e são respeitadas em sua individualidade, e nesse contexto a educação infantil não é um ‘treino’ para o futuro, e sim uma fase de grande importância em si mesma.”
“A escola da infância é lugar de brincar, é claro, mas um brincar com intencionalidade e debaixo de olhares cuidadosos, com um direcionamento adequado para estruturar essa base da vida tão importante”, finaliza Marianna.
“Quando visitei a escola, percebi que o melhor para meu filho não era somente aprender outro idioma desde bebê e o cuidado diário. Percebi que o bebê é capaz de aprender e se desenvolver com um tempo de brincar pensado para a idade dele, e aquilo me transformou”, conta a bibliotecária Letícia de Castro Silva, mãe do Lucas, de 3 anos. “Percebi que a escola ajuda a superar frustrações e forma uma base para lidar com relacionamentos e aprendizado para o resto da vida”, explica a mãe. “O Lucas ama mexer com argila, estudar pássaros, raízes, conhecer texturas diferentes e as atividades que ele faz vão muito além da mera brincadeira livre, são propostas planejadas para o desenvolvimento de cada fase da criança”, concorda o pai, o empresário Denisson de Carvalho Santos.
Sobre a escola: O Peixinho Dourado Berçário e Educação Infantil já formou muitas gerações. Desde 1980 instalado no Alto da XV, em Curitiba, acolhe crianças de 4 meses a 6 anos, com uma proposta pedagógica diferente. Por acreditar que todo mundo nasce um pequeno cientista curioso, investe em projetos que partem das próprias crianças, incentivando a descoberta com o uso de diferentes temas e materiais. Sobretudo, traz o cuidado com cada aluno de maneira completa, desde uma alimentação bem saudável até os aspectos cognitivo, social, emocional e funcional.