Estudantes do Ensino Médio criam projeto que impede a proliferação da Dengue
Duas estudantes paranaenses criaram uma solução simples e barata para o problema que preocupa o país: a proliferação da Dengue. Com a utilização de uma substância encontrada em lojas de jardinagem, elas apontaram uma solução para a proliferação de mosquitos por meio de focos de água parada. A experiência de Cindy Maureen Rossoni Honjo e Júlia Beatriz Vaz de Oliveira, ambas com 15 anos de idade, consiste em utilizar um polímero superabsorvente que, quando em contato com a água, cria uma espécie de gel, impedindo que as larvas do Aedes Aegypti se desenvolvam. O projeto foi elaborado em 2016, para a Mostra de Soluções do Colégio Positivo, de Curitiba (PR), com o auxílio do professor de Biologia, Guilherme Rodrigo Teitge.
Júlia conta que tudo começou quando, há alguns anos, ela viu que a fralda de sua priminha continha um gel que a permitia entrar na água. Com isso, ela ficou curiosa sobre o elemento e resolveu pesquisar e encontrar novos usos para a substância. “Com a ajuda do professor, descobri que era um polímero, mas só na Mostra de Soluções, junto com a Cindy, que descobrimos que podíamos utilizá-lo para o combate à Dengue”, relata. O polímero é vendido no formato de pó em casas de jardinagem, geralmente utilizado na floricultura e agricultura, como auxiliar na irrigação das plantas. Mas ele pode ser utilizado em qualquer ambiente. Quando chove ou há acúmulo de água em determinado espaço, ele se transforma em um gel espesso, que impede o desenvolvimento das larvas e o surgimento de mosquitos. Cindy conta que o pote é barato e, com uma utilização média residencial, deve-se gastar em torno de R$10 por ano, variando de acordo com a quantidade de plantas e locais de utilização.
As alunas sempre tiveram grande desenvoltura para a área de ciências e, com o “Plano de utilização de polímeros superabsorventes contra a proliferação de doenças transmitidas por mosquitos”, como foi chamado o trabalho, já ficaram em segundo lugar em duas competições científicas para estudantes do Ensino Médio. Agora, elas são finalistas da Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (FEBRACE), que acontece em março, na Universidade de São Paulo (USP). A pretensão do projeto, segundo o professor, é continuar desenvolvendo a fórmula para terem um elemento completamente novo no mercado. “No futuro, elas pretendem colocar citronela ou fruta do conde para criar uma propriedade inseticida no gel. Dessa forma, o mosquito nem chegaria a depositar o ovo”, explica Teitge.
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