Instituto promove a difusão da Logística Reversa no Paraná
Imprescindível para a estruturação de um futuro sustentável no universo corporativo, o conceito de logística reversa tem se difundido em todo o mundo na última década, motivando a criação de novas leis que tornam empresas e indústrias dos mais variados segmentos legalmente responsáveis por todo o ciclo de vida útil de um produto, promovendo a reutilização ou o descarte correto dos bens de consumo.
Em 2010, o governo brasileiro implantou a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS com a lei nº 12.305 que define a logística reversa como um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. Além de prever a redução, reutilização e reciclagem na geração de resíduos, a lei regulamenta e impõe a implementação de sistemas de produção e consumo consciente a fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes.
No Paraná, o Instituto de Logística Reversa – ILOG, com sede em Curitiba, atua desde 2016 auxiliando instituições de todos os portes a adotarem e desenvolverem práticas sustentáveis em cumprimento das políticas de logística reversa do Estado do Paraná e da União. Idealizado pelo Sindibebidas do Paraná, o ILOG reintegra materiais reutilizáveis como papel, vidro e garrafas pet ao seu processo produtivo original a partir de parcerias com o a iniciativa privada, governos estaduais e municipais e cooperativas de catadores.
“Nos últimos anos, a sustentabilidade se transformou em um dos temas mais discutidos no setor empresarial. Isso é fruto, principalmente, da conscientização social. O ser humano está cada vez mais certo de que os recursos naturais que estamos utilizando são finitos. Dessa maneira, se não nos preocuparmos com o planeta, as próximas gerações estarão ameaçadas. O tripé reduzir, reutilizar e reciclar é uma tendência cada vez mais presente em nossa sociedade”, comenta Nilo Cini Junior, presidente do ILOG.
Com mais de 300 empresas associadas, o Instituto contribui com a minimização do descarte de resíduos na natureza, realizando a coleta de centenas de toneladas de descartáveis todos os anos nas principais cidades do Estado. O ILOG atua desenvolvendo projetos de logística reversa para empresas comprometidas com a aplicação das leis, sendo que muitas destas empresas, não teriam condições técnicas e/ou financeiras para desenvolver um projeto próprio. Só no ano de 2017, a iniciativa colaborou com reaproveitamento de mais de 200 toneladas de lixo por mês em centrais (Centrais de Valorização de Materiais Recicláveis) instaladas nas cidades de Londrina e Maringá, mantidas em parceria com as prefeituras. Participam do projeto empresas como Pinduca, Caldo Bom, Frimesa, JBS, Heineken, Pepsico, Castrolanda, COAMO e Famiglia Zanlorenzi, além de entidades como Sindibebidas, SIMPEP, SINDILAT – RS, SINPACEL e AFREBRAS.
Hoje em dia já não basta reaproveitar e remover os refugos do processo de produção. O fabricante é responsável por todas as etapas até o final da vida útil do produto. Há muito desperdício tanto nos processos industriais como nos processos de coleta seletiva e a Logística Reversa promovida pelo ILOG possibilita a reutilização desse material ou, se não for possível o reuso, ela promove o descarte correto do mesmo. “Dessa maneira, as empresas têm se esforçado para reintegrar os resíduos nos processos produtivos originais, minimizando as substâncias descartadas na natureza e reduzindo o uso de recursos naturais”, explica Nilo.
Além de representar um processo vital para o desenvolvimento sustentável do planeta, a logística reversa também é muito vantajosa do ponto de vista econômico. “Retirar os resíduos do meio ambiente e reintegrá-los ao ciclo produtivo garante uma redução significativa na exploração de recursos naturais, diminuindo o impacto ambiental e os custos das indústrias com matéria-prima. Além de reduzir também os gastos governamentais com limpeza pública e construção de aterros sanitários, e gerar empregos formais para a população por meio da coleta de material reciclável. A construção de uma sociedade consciente da sua responsabilidade com a natureza depende muito da postura e iniciativas da indústria, e a logística reversa é o primeiro passo para isso”, detalha Nilo Cini Junior.
Expansão
Com o objetivo de expandir sua atuação no Estado do Paraná, o ILOG busca conscientizar as prefeituras paranaenses, já que o projeto precisa ser desenvolvido em uma parceria perfeita entre associados, municípios e cooperativas. Geralmente, o poder público fica responsável por ceder um local para a implantação da CVMR (Central de Valorização de Materiais Recicláveis), que por sua vez se responsabiliza por toda infraestrutura, capacitação de pessoal e logística. Em funcionamento desde setembro de 2016, a unidade de Maringá, por exemplo, se transformou em um centro de excelência. Só no último mês de dezembro ela foi responsável por retirar do meio ambiente 229 toneladas de papel/papelão, PET e vidro.
“Com menos de dois anos de atuação, o ILOG demonstrou do que é capaz. O projeto é um sucesso nas cidades de Maringá e Londrina, comprovando quem a união entre poder público, iniciativa privada e cooperativas podem contribuir muito para um mundo melhor. Queremos muito expandir nossa abrangência e temos o recurso necessário para novas unidades, mas precisamos que novas prefeituras se interessem pelo Instituto e toda sua capacidade de transformação”, completa Nilo Cini Junior.
Para conhecer mais sobre o trabalho do ILOG, acesse o site www.ilogpr.com.br.
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