Perda do poder de compra pelo pagamento de juros do cartão: resumo por capital
A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)1 informa que 77% dos brasileiros utilizaram cartão de crédito ao menos uma vez nos últimos 12 meses.
Com a chegada de bancos digitais e a crescente facilitação da forma de adquirir bens e serviços, o mercado de cartões de crédito tem vivenciado uma verdadeira guerra comercial por clientes.
Com o aumento da competitividade, os clientes começaram a encontrar diversas modalidades de cartão de crédito sem anuidade e sem a cobrança de uma série de taxas.
Ainda assim, mesmo com um mercado mais disputado, as taxas de juros do cartão de crédito rotativo ainda figuram entre as maiores do mercado de crédito. Chegam a até 790% a.a. (19,99% a.m.)², de acordo com os dados do Banco Central de agosto de 2019.
Dentro deste contexto, o objetivo desse artigo é mostrar o quanto se perde de poder de compra, em cada capital do país, ao atrasar o pagamento de uma fatura do cartão.
Cartões sem anuidade: ao menos 20 opções no mercado
A competição no mercado de cartões de crédito está cada vez mais acirrada. Por consequência, algumas das tradicionais taxas do cartão são removidas (entre elas, a de anuidade) e uma série de benefícios são oferecidos (programas de bonificações, descontos em produtos e serviços específicos, entre outros), o que pode ser vantajoso ao consumidor final.
Porém, apesar de a taxa básica de juros (Taxa Selic) estar no menor patamar da história, o spread bancário ainda é um dos maiores do mundo3.
É preciso, portanto, analisar as taxas com cuidado, além de realizar o acompanhamento de gastos para garantir pagamentos sem atrasos e evitar problemas no futuro.
Em breve pesquisa para criação desse artigo, foram encontradas ao menos 20 alternativas de cartões de crédito sem anuidade (sob condições específicas de cada emissora). O que serve bem o propósito de atrair novos clientes, aumentando cada vez mais o número de usuários dessa modalidade de pagamento.
Como o brasileiro usa o cartão de crédito?
De acordo com estudo da CNDL com parceria do Serviço de Proteção de Crédito (SPC Brasil) 4, o uso do cartão está constantemente associado a gastos correntes, sendo que os gastos mais frequentemente presentes no orçamento são:
66% Alimentos
46% Remédios
36% Roupas e Calçados
35% Combustíveis
29% Bares e Restaurantes
19% Serviços de Streaming
Outra pesquisa da CNDL com parceria da SPC Brasil sobre uso de cartão de crédito5 mostra que, em média, os brasileiros têm dois cartões de crédito, aumentando ainda mais a possibilidade de deixar de pagar alguma fatura.
Outros números dentro da mesma pesquisa, mostram que 86% alegam não saber a taxa de juros mensal a pagar por entrar no rotativo e 15% possuíam algum pagamento de fatura em atraso, o que se agrava quando a fatura se refere a gastos correntes, posto que as despesas tendem a se repetir com consistência e, em caso de atraso, tendem a se acumular.
46% dos que usam cartão de crédito ficam com o nome sujo
Ainda na pesquisa da CNDL /SPC Brasil, 60% dos entrevistados afirmam que controlam os gastos de cartão de crédito. Ainda assim, dados do mesmo estudo mostram que 46% dos brasileiros que fizeram compra no cartão de crédito no último ano ficaram com o nome sujo. Quase um a cada dois brasileiros que usaram crédito. Além disso, 32% tiveram o cartão bloqueado por falta de pagamento.
Apesar do histórico de pagamentos pendentes, 86% afirmam não saber a taxa de juros por entrar no rotativo e 15%, no momento da pesquisa, tinham ao menos uma fatura do cartão de crédito atrasada.
Isso indica que não é incomum os brasileiros utilizarem uma das formas de crédito mais caras da atualidade: a modalidade do cartão de crédito rotativo.
Fonte: Ricardo Cid e Haroldo Cid / Site Bons investimentos
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