Presidente da ABRH Brasil apresenta dez tendências da área de recursos humanos
A presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos - ABRH Brasil, Elaine Saad, esteve em Curitiba na última terça-feira (07.03), para falar sobre cenários e tendências futuras da área de recursos humanos nas organizações. O evento aconteceu no Expo Unimed e teve a organização da ABRH-PR e da Universidade Positivo. Após traçar um panorama sobre as transformações pelas quais passaram o segmento nos últimos anos, ela argumentou que o posicionamento estratégico do RH não basta, é preciso influenciar e agir, participar das decisões e ocupar o espaço que conquistou no universo corporativo.
O encontro foi aberto por Rogério Mainardes, diretor de Relações Institucionais e Desenvolvimento de Negócios da Universidade Positivo e membro da diretoria da ABRH Brasil. Ele destacou a importância da parceria entre a academia e a gestão de pessoas, e apresentou novas modalidades de cursos da Universidade que ampliarão a sintonia entre conhecimentos e mercado de trabalho. A presidente da ABRH-PR, Susane Zanetti, disse que a integração entre as instituições tem como propósito comum a educação. “É por meio dela que criamos lideranças transformadoras que fazem a diferença, empoderando as empresas e a comunidade”.
Tendências
Elaine observou que o encontro serve para provocar reflexões. “Não vou dar respostas às suas indagações, mas apresentarei dez tendências para o setor que, com certeza, servirão como estímulo para um novo olhar e quebra de paradigmas”, acentuou. “Os gestores de recursos humanos devem ter papel transformador dentro das empresas. Além de impulsionar o engajamento dos funcionários, reter talentos, desenvolver líderes e construir uma cultura significativa, devem redesenhar caminhos dentro das organizações”, assinala.
As tendências apresentadas pela presidente da ABRH Brasil sinalizam que os gestores de RH precisam estar mais focados em compreender e criar um ambiente de trabalho que envolva mais as pessoas e em construir novo modelo de liderança e desenvolvimento de carreira e cultura de colaboração, capacitação e inovação. “O RH deve atualizar suas habilidades e incorporar outras ferramentas de gestão”, colocou. Há de se pensar ainda que as organizações querem responder e se reposicionar no mercado rapidamente para enfrentar desafios.
“O ciclo de performance management está acabando. Devemos redesenhar as formas de avaliar as pessoas. Vamos partir da mensuração para a orientação e construirmos os caminhos das pessoas dentro da empresa”. Essa é a primeira tendência do setor. A segunda, Elaine considera arrasadora: interação do ser humano com a máquina no mesmo ambiente de trabalho. “Temos que pensar como vamos preparar uma pessoa que tem sentimento e emoção a interagir com robôs, como será feita essa organização?”, perguntou.
A terceira tendência é superar a aversão por algoritmos. “Devemos criar nossos algoritmos, nossos números e cálculos e passar a amá-los, sem perder o julgamento humano. Quando a empresa faz um investimento em pessoas ela quer retorno financeiro”, alerta. A quarta tendência é complexa: fazer com que o universo interno e externo das organizações ampliem seu relacionamento, impactando nos resultados. “Dos indivíduos para os times e teias de interação”, revelou.
Transformar as operações de RH em diferencial competitivo. Essa é a quinta tendência do setor. “A parte administrativa tem uma importância fantástica. O manejo operacional de dados deve ser valorizado e transformado em estratégia na gestão de pessoas”, advertiu Elaine. A sexta tendência se refere ao ambiente de trabalho e encontrar uma forma de aumentar a produtividade. Espaços abertos, fechados ou ambos? O que funciona mais? Esses questionamentos são fundamentais para uma nova prática em recursos humanos, ensinou.
Mais três
O líder em RH deve ter a sabedoria e visão para aproveitar as diferentes competências de todas as gerações que atuam dentro da empresa. E essa é a sétima tendência. “Como trabalhar para que exista sinergia entre elas e extrair desses profissionais o melhor. Ter habilidade para gerenciar conflitos e administrar as diferenças”, desafiou Elaine. A oitava tendência segue essa linha. O jovem tem altas expectativas sobre um trabalho gratificante, experiências novas, constante aprendizado, desenvolvimento e crescimento dinâmico de carreira. E não quer atuar em empresas que tenham práticas não éticas. Elas serão rejeitadas por eles. Hoje, a diversidade, a inclusão de novas crenças, quebra de preconceitos são fatores de engajamento entre as pessoas. “Devemos pensar nisso”, orientou.
As duas últimas tendências se referem a como remunerar de forma justa e engajadora e como lidar com as inúmeras relações entre empregado e empregador. Elaine afirma que os gestores devem começar a entender que as pessoas se engajam por dinheiro, sim. “E se a empresa não quer perder o melhor tem que saber que remuneração e benefícios são diferenciais”. É sabido que as organizações enfrentam mudanças no contrato social de trabalho. Hoje, temporários, terceirizados, freelancers e cargos part-time integram uma empresa. “Até mesmo o compartilhamento de executivos está sendo praticado”. E os gestores de RH devem desenvolver práticas para gerir esta nova força de trabalho.
Por fim, Elaine recomendou que os gestores devem construir respostas para enfrentar esse novo cenário que se forma no mercado de trabalho para não perder seu lugar no universo corporativo. “Vejo a área sendo invadida. Parece que todo mundo entende de pessoas. Devemos empoderar e nos apoderar do segmento e manter nosso espaço conquistado com tanto empenho”, concluiu.
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