Vendas industriais recuam quase 10% em um ano no Paraná
As vendas industriais paranaenses recuaram 9,99% no primeiro quadrimestre de 2017 em comparação a igual período do ano passado. Dos 18 gêneros pesquisados, 11 apresentaram variação negativa e sete cresceram. Os dados são da pesquisa Indicadores Conjunturais, da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Os gêneros com maiores quedas no período foram: Edição e Impressão (-30,05%), Têxteis (-29,87%) e Vestuário (-25,85%). As maiores altas foram registradas nas vendas dos setores de papel e Celulose (+ 30,91%), Material Eletrônico e de Comunicação (+12,67%) e Veículos Automotores (+9,88%).
“A queda de quase 10% é muito significativa e preocupante”, afirma o economista da Fiep, Roberto Zurcher. Segundo ele, o principal motivo do desempenho negativo foi a retração da demanda interna por conta da crise. “Algumas indústrias estão buscando investir mais nas vendas externas para compensar”, observa Zurcher, citando como exemplo os setores automotivo, papel e celulose e máquinas e equipamentos. “Mas exportar não é solução para qualquer indústria porque as exigências são muitas e nem todas estão habilitadas e prontas para atender aos requisitos do mercado internacional. Além disso, a conquista do cliente lá fora não acontece de uma hora para outra”, comenta.
De acordo com o economista da Fiep, a expectativa para os próximos meses é de uma reação positiva no mercado interno. “Tradicionalmente, no segundo semestre há um aquecimento nas vendas”, destaca. Além disso, segundo ele, o crescimento de 1% no PIB no primeiro trimestre pode indicar que o país está saindo da fase mais crítica da crise e caminhando para a retomada do crescimento.
Emprego em queda – O nível de emprego industrial recuou bastante também no primeiro quadrimestre no Paraná. O número de postos de trabalho no geral ficou 8,45% menor de janeiro a abril deste ano em comparação a igual período de 2016. Diretamente na linha de produção a queda no emprego foi ainda mais acentuada, ficando 9,36% inferior em relação ao primeiro quadrimestre do ano anterior.
As compras de insumos também acumularam queda, ficando 10,90% menor no primeiro quadrimestre de 2017 em comparação ao mesmo período de 2016. A queda nas vendas, a menor compra de insumos e a redução de postos de trabalho fez a indústria paranaense trabalhar com ociosidade em abril, utilizando apenas 68% de sua capacidade instalada.
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