Pouco conhecida, a Síndrome do Olho Seco atinge milhares de brasileiros
Apesar de afetar cerca de 100 milhões de pessoas em todo o mundo, a Síndrome do Olho Seco é uma doença ocular pouco diagnosticada e tratada.
A Síndrome de Olho Seco é uma doença caracterizada pelo comprometimento da integridade do filme lacrimal e da córnea, quadro que pode afetar a função visual do paciente. A córnea é o primeiro tecido transparente do olho e o filme lacrimal assegura uma superfície regular de refração. Entre os principais sintomas da Síndrome do Olho Seco estão ressecamento da superfície do olho, vermelhidão, ardor e coceira.
O fator de risco mais comum para o desenvolvimento da doença é uma disfunção das glândulas de Meibomius, pequenas estruturas que se localizam nas pálpebras e produzem um tipo de secreção rica em gorduras e proteínas. Entretanto, a presença de acne rosácea, diabetes mellitus, deficiências em andrógenos ou vitamina A, tratamentos medicamentosos para glaucoma, cirurgia da córnea, transplante de células-tronco hematopoiéticas e terapia de radiação envolvendo a cabeça também podem influenciar no seu surgimento. Além disso, fatores como o ar seco, os sistemas de ar condicionado, o trabalho prolongado em tela VDU (Visual Display Unit) e uso de tabaco podem desempenhar um papel importante.
Diagnóstico e Tratamento
Segundo o oftalmologista Francisco Grupenmacher, diretor do Hospital da Visão, até pouco tempo, o diagnóstico do Olho Seco era basicamente clínico, tendo no teste de Shirmer, uma solução invasiva para avaliação do nível de produção de lágrimas. Por possuir sintomas semelhantes a outros quadros clínicos como conjuntivite e alergia, é comum que o quadro passe despercebido numa primeira avaliação oftalmológica.
Grupenmacher explica ainda, que mesmo após diagnóstico, por muito tempo a Síndrome do Olho Seco teve como única alternativa de tratamento a aplicação de lubrificantes oculares, conhecidos como lágrimas artificiais:
“Em forma de colírio ou pomada, esses lubrificantes ajudam a aliviar os sintomas, porém, não atuam no tratamento da causa da doença. Agora, para pacientes portadores da Síndrome do Olho Seco, a combinação de dois equipamentos de última geração está garantindo diagnóstico preciso e tratamento não invasivo eficaz”, complementa o cirurgião.
Após avaliação na lâmpada de fenda, o oftalmologista pode solicitar avaliação corneana com o Keratograph 5M, topógrafo recém lançado que, além de oferecer informações sobre a curvatura da córnea, identifica rapidamente a presença de disfunção das glândulas de Meibomius, detalhando também o nível de progressão da doença.
Com o diagnóstico personalizado, o oftalmologista pode indicar o uso de colírios lubrificantes ou ainda, dependendo do caso, sugerir tratamento com o E-Eye IRPL, que emite um feixe de “luz fria” capaz de estimular e desobstruir as glândulas meibomianas com total segurança. Atualmente, esse é o único procedimento autorizado pela Anvisa no tratamento da Síndrome de Olho Seco e têm apresentado resultados imediatos e cumulativos.
O procedimento representa um grande avanço para portadores da síndrome do olho seco, que agora contam com solução eficaz para os incômodos causados pela doença.
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