SBEM-PR e ABESO focam em conscientização no Dia Mundial de Prevenção da Obesidade
No Dia Mundial de Prevenção da Obesidade, celebrado em 11 de outubro, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Paraná (SBEM-PR) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) realizam uma ação de conscientização na Boca Maldita, em Curitiba. Médicos endocrinologistas distribuíram material informativo da campanha “Obesidade: eu trato com respeito”, que objetiva alertar a população sobre o perigo das fórmulas para emagrecer e promessas milagrosas de emagrecimento na internet.
“O Brasil registrou um crescimento significativo nos números da obesidade e na prevalência das doenças crônicas na última década, o que reforça a importância de campanhas como essa, organizada pela SBEM e ABESO, com ações em todos os estados. É necessário um engajamento de toda sociedade e mais políticas públicas para frear essa epidemia de obesidade”, afirma a médica endocrinologista Silmara Leite, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Paraná (SBEM-PR).
Em Curitiba, a campanha contou com a participação de nutricionistas, psicólogas e profissionais de educação física, além dos endocrinologistas. As pessoas que passaram pela Boca Maldita, puderam fazer avaliação do peso, altura e circunferência abdominal e tirar dúvidas sobre a doença na tenda montada pela entidade. “A obesidade é uma patologia crônica, grave, recorrente e progressiva, que aumenta o risco de mortalidade e reduz a qualidade de vida das pessoas”, lembrou a endocrinologista Salma Ali El Chab Parolin, da diretoria da SBEM-PR e professora da Faculdade de Medicina da PUC-PR.
Muito além de uma questão estética e de padrões corporais, a obesidade deve ser tratada como uma doença, alerta o endocrinologista Henrique Suplicy, presidente da Comissão da História da Endocrinologia da SBEM. “Ela é uma doença crônica, de difícil tratamento, que está associada às doenças cardiovasculares, pressão alta, hipercolesterolemia, diabetes tipo 2, alterações no metabolismo, câncer de mama, transtornos de humor e depressão, doenças articulares por sobrecarga, entre outras”, ressalta o médico.
O caminho para perda de peso passa, necessariamente, por uma mudança de comportamento, baseada em alimentação saudável e prática regular de atividade física. Para auxiliar no emagrecimento existem duas drogas anorexigênicas em uso no Brasil, que são a sibutramina e a liraglutida. Essas drogas estariam indicadas para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30, ou em pessoas com entre 25 e 30 que apresentam comorbidades.
Polêmica dos derivados anfetamínicos
Já os derivados anfetamínicos, outra categoria de droga inibidora de apetite, tiveram sua produção e comercialização liberados pelo Governo há pouco mais de três meses. Em 2010, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a produção e comercialização dos derivados anfetamínicos, sob o argumento que essas substâncias trazem mais riscos que benefícios à saúde dos pacientes. Comercializado por décadas no Brasil, os inibidores de apetite derivados de anfetaminas são usados nos Estados Unidos para o tratamento da obesidade desde 1959, tanto pela sua eficácia e segurança, quanto pelo baixo custo.
“A realidade no Brasil era preocupante pela falta de controle e uso indiscriminado dos derivados anfetamínicos, através de fórmulas manipuladas, que associavam hormônios tireoidianos, tranquilizantes entre outras drogas, sem nenhum controle”, lembra Suplicy. Antes da proibição, as farmácias de manipulação chegaram a responder a 80% das prescrições dessa droga.
A SBEM, que defende a liberação e uso controlado dos derivados anfetamínicos, realizou um web meeting na véspera do Dia Mundial de Prevenção da Obesidade. O debate, aberto exclusivamente para médicos da entidade, foi moderado pelo Dr. Fábio Trujilho, presidente da SBEM nacional, e contou com apresentação dos médicos Henrique Suplicy, presidente da Comissão da História da Endocrinologia e Maria Edna Melo, presidente do Departamento de Obesidade.
Realizado em paralelo com o jogo da Seleção Brasileira, o web meeting contou com a expressiva participação de 140 especialistas. Isso porque ainda restam muitas dúvidas sobre a liberação dos anorexígenos. E ao que tudo indica, o impasse está longe de terminar. A lei autoriza a produção, comercialização e consumo. Mas a Anvisa tem vetado as tentativas de importação por empresas para que essas drogas sejam comercializadas no país. E, para que possam ser produzidos aqui, a agência enquadrou os derivados anfetamínicos como “drogas novas” no mercado. E, por conta dessa classificação, devem obrigatoriamente passar por estudos para comprovar a segurança e eficácia, de acordo com uma Resolução de 2003.
Suplicy explica que, pelo alto custo, a indústria não tem demonstrado interesse em patrocinar o estudo e esse impasse pode alimentar, mais uma vez, a comercialização clandestina e sem controle. “Pela eficiência e segurança, defendemos a liberação dos derivados anfetamínicos, mas que seja parte de um tratamento ético da obesidade, que vem crescendo assustadoramente no país, assim como as doenças associadas”, afirmou Henrique Suplicy.
SERVIÇO
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