Universitários paranaenses prestam trabalho voluntário na Amazônia
Mais de 2.554 consultas médicas, odontológicas e nutricionais em 20 dias. Esse é o número de atendimentos que quatro professores e nove estudantes de Medicina, Odontologia e Nutrição da Universidade Positivo, de Curitiba (PR), prestaram às comunidades ribeirinhas da Amazônia, em outubro. O projeto ASSHOP (Assistência Hospitalar), em parceria com o Navio de Assistência Hospitalar (NAsH) “Doutor Montenegro” (conhecido como Navio da Esperança), da Marinha do Brasil, leva atendimento médico, odontológico e nutricional aos moradores de locais de difícil acesso em regiões florestais brasileiras. Parceira da Marinha desde 2017, a Universidade Positivo é a primeira universidade privada do Brasil a enviar acadêmicos para auxiliar no projeto.
Junto com cerca de 60 militares, os estudantes e professores da instituição prestaram atendimento em três municípios: Nhamundá, Barreirinha e Urucurituba. Os atendimentos mais comuns foram para tratar infecção urinária, anemia, verminose, lesões de pele, hipertensão, lombalgia, obesidade e desnutrição. Já os atendimentos odontológicos (384 atendimentos e 7.895 procedimentos) foram principalmente para retirada de cáries, restaurações, extrações e profilaxia.
O professor do curso de Medicina, Edisom Brum, responsável pelo projeto na Universidade Positivo, conta que esse tipo de ação faz com que os estudantes aprendam a trabalhar em equipe multidisciplinar e interinstitucional, além de humanizar a Medicina com o trabalho voluntário. “Eles são obrigados a sair da zona de conforto, adentrando em outra região, outro clima, outro povo. É muito enriquecedor, pois projetos assim fazem diferença na formação acadêmica e pessoal do aluno e, acima de tudo, ajudam a humanizar a profissão”, finaliza Brum.
Cenário regional
Segundo o IBGE, as três cidades apresentam Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo. Barreirinha ocupa a 4.933a posição no Brasil, enquanto que Urucurituba ocupa o 4.504° lugar e Nhamundá, o 4.503°. Como comparação, a capital do Amazonas, por exemplo, tem o IDH considerado alto, ocupando o 1° lugar no estado e a 667a posição no Brasil. Sobre a taxa de mortalidade infantil, Nhamundá tem o número mais alarmante: 39,3 óbitos para cada mil nascidos vivos, um número que pode ser comparado à média de países como a Índia, Iraque e Quênia. Para ter uma ideia, a mortalidade infantil média do Brasil é de 18 óbitos para cada mil nascidos vivos. Em países desenvolvidos, como Japão (2), Singapura (2), França (3) e Inglaterra (4), esse índice é menor que 5 óbitos para cada mil nascidos vivos.
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