EndoSul 2017 faz homenagem a pioneiro da endocrinologia paranaense
Ao mostrar uma tela do artista paranaense Alfredo Andersen, retratando a Araucária, a presidente da SBEM-PR (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Paraná), Silmara Leite saudou os profissionais que participam do Congresso de Endocrinologia e Metabologia da Região Sul. “A árvore simboliza nossa região, a união profissional”, destacou. Na solenidade de abertura do evento, na noite de sexta-feira (04), a endocrinologista agradeceu a todas as pessoas que colaboraram para a realização do encontro, que discute em uma série de palestras o diagnóstico, tratamento e pesquisas relacionadas às áreas da endocrinologia. A 11ª edição do Congresso de Endocrinologia e Metabologia da Região Sul, acontece até domingo (06), na Associação Médica do Paraná, em Curitiba.
“Não poderia deixar de agradecer a diretoria da SBEM-PR pela parceria e o trabalho conjunto, forte e que faz a diferença, e mencionar nosso colega Henrique Suplicy, que indicou meu nome para presidir a Sociedade”, assinalou a médica. Apesar das conquistas na área da endocrinologia e do trabalho sério dos profissionais, Silmara fez duras críticas ao exercício ilegal da profissão, e expressou sua dor e indignação com as “aberrações que estão fazendo com a endocrinologia”. Ao denunciar as pessoas e tratamentos de reposição e modulação hormonal que fogem à ética profissional e que estão sendo aplicados pelo país afora, se tornando um risco à saúde pública, falou sobre as ações da Comissão de Ética e de Defesa Profissional - CEDEP, criada para investigar, tratar e penalizar estes casos, ao lado da área jurídica da SBEM-PR.
Na abertura do Endosul, a presidente da SBEM-PR frisou que o congresso tem por objetivo compartilhar conhecimentos, experiências e ampliar amizades visando à boa prática da especialidade. Fez questão de sublinhar a importância do trabalho de valorização do endocrinologista desenvolvido pela Sociedade. Em seguida, lembrou que o evento também tem por propósito homenagear os profissionais que têm fundamental atuação na endocrinologia e metabologia do país, nas áreas clínica, acadêmica e de pesquisa.
A presidente da SBEM-PR lembrou com pesar a morte dos médicos Jorge Gross e Mirela Jobim de Azevedo, professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em acidente de carro. Ele seria o principal palestrante na Conferência Magna do Endosul 2017.
“Esta edição do Endosul faz uma homenagem ao endocrinologista Edgard Niclewicz, presidente do Centro de Diabetes de Curitiba e da Sociedade Brasileira de Diabetes do Paraná, e professor de endocrinologia e metabologia da UFPR”, anunciou. Silmara relatou brevemente a trajetória profissional e produção intelectual do médico, enfatizando que Niclewicz faz parte da história dos avanços da endocrinologia brasileira. “Reconhecido pelo seu pioneirismo é um dos grandes nomes da medicina do país e referência internacional”, qualificou. “Seu trabalho tem impactos positivos e assertivos para estudos e tratamentos do diabetes”, lembrou Silmara.
Depoimento
“Este momento é muito especial para mim”, disse o endocrinologista Edgard Niclewicz ao agradecer a homenagem da SBEM-PR. Citou nominalmente cada pessoa que contribuiu para sua formação como homem e médico: pai, mentores, professores, colegas de profissão e família. Fez questão de focar seu pronunciamento aos jovens médicos presentes no EndoSul 2017, observando que “sente no ar um descrédito sobre o médico e a medicina, mas temos que lutar contra isso, porque nosso papel é muito importante. Nossa profissão é gloriosa, compensadora. Os médicos ajudam a quem sofre, são grandes humanistas”, assinala.
Após exaltar as qualidades inerentes aos profissionais de medicina, Niclewicz acentuou que não bastam apenas conhecimento clínico, treinamento e capacitação, o médico tem que prestar mais atenção ao seu paciente e saber ouvi-lo. Também criticou o excesso de solicitação de exames complementares, e assegurou que “os médicos estão ouvindo pouco seus pacientes. Temos que ouvir nossos pacientes, ao contarem o que sentem, estão nos dando o diagnóstico”. Ao mesmo tempo em que restauram a saúde e evitam o sofrimento, são conselheiros. "As palavras, a postura e o instinto também são fundamentais. E, por fim, temos que amparar a família diante do inevitável”, colocou.
Niclewicz recomendou aos jovens médicos planejamento de carreira, conhecimento teórico, experiência prática, aprimoramento da capacidade de julgamento, mais compreensão para atingir a maturidade profissional e cumprir seu papel na sociedade.
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