Negócios paranaenses de alto potencial discutem inovação e crescimento em workshop do Sebrae/PR
Investimento em inovação tecnológica, em modelo de negócio e governança. Esses são os principais gargalos para o crescimento das micro e pequenas empresas, de acordo com um estudo da Fundação Dom Cabral (FDC), apresentado neste mês ao Sebrae Nacional. O tema foi debatido com 111 empreendedores e gestores, de 85 empreendimentos que integram o Projeto Empresas de Alto Potencial, no Paraná. O workshop ocorreu no Sebrae/PR, em Curitiba, no dia 12 de setembro.
O workshop foi ministrado pelo pesquisador e professor da FDC, Hugo Ferreira Braga Tadeu, que destacou a necessidade de os negócios investirem em uma cultura de inovação e pensarem o futuro. “Percebemos que o crescimento acelerado de micro e pequenas empresas é circunstancial no Brasil. A maioria foca em um só cliente, um só mercado e oferece apenas um tipo de produto. Quando chega lá pelos 15 ou 20 anos do negócio, aparece o gargalo, que é a demanda por gestão interna, e a empresa acaba quebrando”, alerta.
Para Rafaela Campos, da Strada, empresa que trabalha com soluções para logística em Maringá, no noroeste do Estado, o ponto alto do workshop é a possibilidade de obter informações que podem ser aplicadas no dia a dia da empresa. “Nossa expectativa era o aprendizado e o acesso a conhecimento de qualidade. E posso dizer que foi suprida”, garante.
“Pensar fora da caixa” foi uma das lições apreendidas por Fernando Scherer, da Scherer, indústria de implementos agrícolas de Cascavel, no Oeste do Paraná. “Esse workshop trouxe uma carga de conhecimento elevada, um ‘chacoalhão’ para refletirmos sobre temas como visão de futuro. Será que o caminho que estou traçando será saudável? Também tem a questão da inovação disruptiva, que é simplificar os produtos e serviços, de modo a serem acessíveis para mais pessoas. Acredito que podemos pensar isso na nossa empresa”, afirma.
O empresário Alessandro Graczyk Moraes, da Softfocus, que trabalha com soluções na área de crédito em Pato Branco, no Sudoeste, destaca a importância de pensar estratégias futuras pensando nas necessidades do cliente. “Precisamos sair do planejamento tradicional, com foco em pontos fracos e fortes da empresa e do produto, para focar no que o mercado pede. Hoje, com a velocidade das inovações, um produto defasa muito mais rápido. É necessário estar antenado às tecnologias e ser disruptivo”, ressalta.
Na avaliação do coordenador estadual do Programa de Alto Potencial do Sebrae/PR, Emerson Cechin, o evento foi um estímulo importante aos empreendedores que integram o grupo em todo o Estado. “Esse tema da competitividade por meio da inovação constante e permanente é extremamente relevante, além da necessidade de planejamento estratégico. O desafio, agora, é que eles implementem os conceitos para essa nova realidade de competição do mercado”, pondera.