MON recebe três mil obras de coleção asiática para seu acervo
Com esta doação, o MON se torna o museu da América do Sul a ter no seu acervo uma das coleções asiáticas mais significativas do Brasil e da América do Sul.
Peças raras, reunidas ao longo de mais de 30 anos pelo diplomata Fausto Godoy, várias sem paralelo nos principais museus do ocidente, de forte conteúdo simbólico, representam o cotidiano arcaico ou contemporâneo das civilizações asiáticas. China, Japão, Índia, Laos, Butão, Irã, Afeganistão e Vietnã são alguns dos países de origem das peças.
O secretário de Estado da Cultura, João Luiz Fiani, aponta para a importância dessa doação. “Temos que comemorar muito a vinda dessa coleção para o Museu Oscar Niemeyer, principalmente pelo que o museu já representa para o Brasil e para o mundo. A arte asiática é milenar, com uma carga emocional muito grande e referências fortes. Esse acervo contribui sobremaneira para a valorização do patrimônio artístico e cultural do Estado”.
A diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer, Juliana Vosnika, acrescenta. “A conquista desta coleção para o museu, que despertava interesse de outras cidades, de colecionadores brasileiros e de outros países, eleva o MON ao patamar dos grandes museus internacionais. Agora vamos trabalhar para entregar ao público exposições que permitam que os visitantes se aprofundem na cultura asiática. Principalmente os jovens, que seguindo a tendência mundial, cantam em coreano, estudam mandarim e colecionam mangás. A primeira exposição desta coleção será aberta ao público a partir do dia 2 de março, em parceria com a Itaipu, mas muitas outras serão realizadas futuramente.”
O diplomata Fausto Godoy enfatiza a importância de abrir a coleção para o público. “Transfiro, já septuagenário, o esforço de uma vida para o Museu Oscar Niemeyer, e através dele, a todos que se disponham a perseguir esta trajetória. Nós, brasileiros, temos uma grande qualidade, a meu ver: o nosso caráter generoso e cordial, que nos permite – pelo menos por ora - a olhar com menor resistência maniqueísta para o reverso do espelho, o outro lado do mundo”.
O curador do Museu Oscar Niemeyer, Agnaldo Farias, explica que a atual “linha curatorial adotada pelo MON visa dar à cidade de Curitiba um museu digno de sua importância, à altura de uma cidade que é referência mundial de qualidade de vida, que exporta tecnologia de urbanismo. Para tanto, a necessária expansão de seu acervo está orientada, em primeiro lugar à arte paranaense e à arte brasileira, em segundo lugar à arte latino-americana, de parentesco próximo à nossa, e, por fim, à arte de outros dois continentes, África e Ásia”.
A coleção constitui um apanhado da cultura de diversos territórios, no entanto de vários modos coligados, como os da Ásia Central, sudoeste asiático, subcontinente asiático, leste da Ásia, Mesopotâmia; reunindo cerca de 10 países. São peças raras, várias sem paralelo nos principais museus do ocidente. Esculturas, mobiliário, cerâmica, porcelana, pinturas, objetos em metal, gravuras, caligrafias, têxteis, marionetes de seis mil anos atrás, ou deste século 21, de uma artesania milenar, que oferecem um quadro informativo sobre um imaginário pouco divulgado por aqui e permitem ampliar a experiência da cultura e arte neste lado do mundo.
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