fbpx

Logomarca NCA Comunicação

Set02

Gestão Pública proba e a arte de combater a corrupção debatidas no congresso do IPDA

Categorias // Jurídica Lidos 1162

A diretora do IPDA, Adriana da Costa Ricardo Schier, iniciou as discussões do quarto painel do XX Congresso Paranaense de Direito Administrativo, que foi realizado na sede da OAB Paraná, com organização do Instituto Paranaense de Direito Administrativo - IPDA. Os debates trataram da gestão pública proba e a arte de combater a corrupção.

A professora observou em suas considerações que o robustecimento dos órgãos de controle gera a infantilização dos gestores públicos, inclusive tornando-os acovardados diante da ideia de decidir. “Esse fato está na contramão do que propomos nesse encontro que quer contribuir com medidas propositivas para uma administração pública eficiente e proba”, afirmou.

Participaram também das discussões os professores Caroline Muller Bitencourt, Francisco Zardo, Marcelo Harger e Rogério Ribas. A mediação e a relatoria ficaram a cargo de Bruno Gofman e Paulo Vinícus Liebl Fernandes, respectivamente.

Edgar Guimarães, presidente do IPDA, com os participantes do painel - Foto: Bebel Ritzmann
Edgar Guimarães, presidente do IPDA, com os participantes do painel - Foto: Bebel Ritzmann

Mecanismos

A professora Adriana deixou claro que não defende a redução de instrumentos controladores, e admite que o problema está na propagação da cultura de que todo o administrador público é desonesto. “E essa é a cultura que precisamos superar. A cultura patrimonialista, que direciona a administração para grupos de poder, também está enraizada nos órgãos do controle”, salientou. Para ela, é necessário incentivar os mecanismos de controle social, que defende como alternativa mais democrática, da administração pública que, quando bem aplicados, tornarão a gestão proba e evitarão o cometimento de irregularidades.

Já a professora Caroline Mueller, analisando a proliferação dos mecanismos de controle, afirmou que, particularmente, tem dificuldade para visualizar o controle como entrave da administração, pois “o controle é uma atividade neutra”. Para ela, um dos problemas é o elevado número de órgãos controladores e a sua execução, sempre repressiva. “Percebemos a ineficiência dos órgãos de controle na não reparação do dano em tempo. Acredito que investimento em uma perspectiva do accontability seria muito melhor em termos de eficiência do controle, porque ainda trabalhos pouco a figura do controle preventivo, apostando muito no repressivo”, pontuou.

Professora Caroline Muller Bitencourt - Foto: Bebel Ritzmann
Professora Caroline Muller Bitencourt - Foto: Bebel Ritzmann

Inversão

A professora Carolina observou que existe a presunção de que o administrador público age de má-fé, o que representa uma inversão de toda a lógica do controle. “Em nome do combate à corrupção, defende-se um controle ilegítimo que invade as esferas dos outros poderes e fere a separação deles”, observou. “Acredito que os órgãos de controle devem ser independentes, legítimos e transparentes para prevenir o dano e favorecer o controle social”, sublinhou.

Para Francisco Zardo, o robustecimento dos órgãos de controle é algo necessário. “O controle é necessário”, afirmou. Segundo ele, o que deve ser objeto de reflexão crítica é o excesso dos mecanismos de controle, verificando se esta profusão atrapalha ou não a gestão pública, o que dependerá da forma do exercício do controle. “O controle aperfeiçoa a administração se for inteligente e se adotar a postura de recomendação. O controle repressivo deve ser reservado a quem age com dolo ou erro grosseiro”, ponderou.

Ressaltou ainda que o órgão de controle não é uma instância revisora geral da administração pública, porque fiscalizar não é administrar. “O controle mal usado pode gerar uma insegurança jurídica; e um controle mal usado afasta bons quadros da administração”, salientou Zardo.

Professor Francisco Zardo - Foto: Bebel Ritzmann
Professor Francisco Zardo - Foto: Bebel Ritzmann

Corruptofobia

Para Marcelo Harger o robustecimento dos órgãos de controle atrapalha a gestão pública. “Não podemos cair na corruptofobia. O agente público, só por ser agente público, já é classificado como corrupto. Os órgãos de controle têm avançado sobre os limites das suas competências e substituíram a discricionariedade dos agentes públicos pela discricionariedade dos órgãos de controle”, acentuou.

O professor também citou outro problema que é a vulgarização dos princípios jurídicos. “Os aplicadores ficaram presos aos nomes dos princípios. Os órgãos de controle não se limitam a exercer os mecanismos de controle, mas controlam a administração e divulgam suas atuações ao público, gerando a necessidade de que o órgão de controle exerça o controle em público, sempre divulgando a sua atuação”.

O professor Rogério Ribas afirmou que houve uma evolução em matéria de improbidade exigindo-se a prova da boa-fé, dolo e culpa. “Essa razoabilidade tem tomado mais espaço no campo da improbidade e da corrupção. E uma das consequências dessa evolução foi a alteração do art. 12 da Lei de Improbidade Administrativa, que passa a observar a proporcionalidade, na medida em que a redação original previa que as penas seriam aplicadas em bloco”.

Disse que, mais recentemente, a LINDB – Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro trouxe o consequencialismo, que é uma forma muito mais razoável de ver a atuação do controle. “Os órgãos de controle devem observar os obstáculos do gestor, procurando entender a realidade dele. Com isso, busca-se afastar esse preconceito de que o administrador sempre age de má-fé”, assegurou. Completou que o robustecimento dos órgãos de controle, se passar o limite da razoabilidade e da legitimidade, atrapalha a administração pública. E frisou que o aperfeiçoamento da gestão não passa apenas pelo crivo do controle, mas, principalmente, pela capacitação dos servidores.

Professor Rogério Ribas - Foto: Bebel Ritzmann
Professor Rogério Ribas - Foto: Bebel Ritzmann

Improbidade

Em relação às inovações da LINDB, o professor Rogério Ribas disse que a Lei de Improbidade Administrativa exerce um controle mais finalístico, focado no resultado da medida. “A tendência é que analisamos mais a substância do ato do que as razões que levaram à prática do ato. Já a LINDB deverá focar realmente nas condutas ímprobas e não mais nas meramente instrumentais”.

Já Marcelo Harger sustentou que a LINDB não trouxe nenhuma inovação para o mundo jurídico. “A lei passou a ser o bom senso legislado. Humanizou a Lei de Improbidade Administrativa, servindo como lembrete de que o administrador é um ser humano. A LINDB não tem sido aplicada na prática e trouxe mais dificuldade para o controlador, pois terá que decidir com responsabilidade”, declarou. Também ressaltou que a grande novidade da LINDB foi trazer para a Lei de Improbidade, e para todo o direito público, uma interpretação mais consentânea com a realidade.

“A LINDB separa o joio do trigo”, definiu Zardo. “É um regime para o administrador público honesto; protege o gestor público quando tiver uma divergência de entendimento. Assim, o controlador não tem uma superioridade hierárquica sobre o administrador; e o administrador pode discordar do controlador. Fato que tem sido usado de fundamento para penalizar o gestor”, ressaltou. E cita três impactos da LINDB sobre a Lei de Improbidade: “na exclusão da modalidade culposa, na possibilidade de realização de acordos em LIA e na dosimetria das sanções”.

A professora Caroline Muller afirmou que tem, em relação à LINDB, alguns pontos lhe geram um sentimento bipolar. E explicou sua colocação: “A LINDB permite uma série de interpretações dela própria. O consequencialismo utilizado na lei, enquanto teoria da decisão, parte para uma perspectiva decisionista. Os autores americanos, por exemplo, analisam mais a situação prática do que a disposição legal. Vamos acabar chegando ao consequencialismo do Judiciário, o que também é bastante crítico".

Professor Marcelo Harger - Foto: Bebel Ritzmann
Professor Marcelo Harger - Foto: Bebel Ritzmann

Responsabilização

Adriana Schier se considera uma defensora da LINDB. A lei afastou o entendimento de que a punição com base no art. 10, da Lei de Improbidade Administrativa, na modalidade culposa, é inconstitucional e abusiva, enfatizou, afirmando que “temos inúmeros exemplos de proposição de ações de improbidade irresponsáveis e infundadas. E exatamente nesse aspecto, a LINDB permite ao controlador e ao judiciário separar o joio do trigo, por meio do seu art. 28. Muito se falava que não há improbidade na modalidade culposa, pois ela depende do elemento subjetivo para identificar a conduta dolosa. O art. 28 da LINDB caminhou bem ao limitar a improbidade ao erro grosseiro, associando à culpa grave.”

A professora defende que a lei posterior revoga a lei anterior, o que leva à conclusão de que a LINDB revogou a modalidade culposa de improbidade. “O art. 20 da LINDB exige do Ministério Público um dever maior de motivação, e tudo isso na ação de improbidade se coaduna com a ideia de haver um juízo preliminar das ações de improbidade”. Ainda defende que a LINDB permite, com base na redação do seu art. 27, a responsabilização pessoal dos sujeitos controladores que atuem com dolo ou erro grosseiro.

Professor Adriana da Costa Ricardo Schier - Foto: Bebel Ritzmann
Professor Adriana da Costa Ricardo Schier - Foto: Bebel Ritzmann

 

blog comments powered by Disqus

Blog da Bebel

Cultura tangueira é apresentada em projeto de Samara Sfair em Curitiba

A expressiva arte do tango ganha destaque na Mostra Solar, na Casa Hoffmann, com o projeto inovador “Tango: a arte de não estar só”, idealizado pela produtora cultural, dançarina e educadora curitibana Samara Sfair. O público terá a oportunidade de vivenciar duas apresentações interativas e gratuitas nos dias 22 e 31 de maio, sempre às 19h30, com a participação especial do renomado dançarino curitibano Julian Cazuni. As performances prometem envolver a plateia em uma experiência única, apresentando uma coreografia original que narra a história de um casal ao longo de cinco músicas.

Leia aqui

O curitibano Alexandre França retorna aos palcos da capital após 6 anos

Um dos nomes de destaque da cena de compositores da cidade, Alexandre França volta aos palcos da cidade para uma única apresentação no Wonka bar, dia 15 (terça), após um hiato de seis anos, dentro do projeto Porão Loquax. No show, França vai mostrar seu repertório novo, misturado à alguns clássicos de seu repertório, como “Inverno” e “Mercadoramama”. Ao seu lado no palco estarão os músicos Mauro Castilhos (percussão), Cláudio Rombauer (baixo) e Gilson Fukushima (guitarras), além da participação especial de Nati Bermúdez.

 

Leia aqui

Thayana Barbosa finaliza temporada do projeto 

No palco do simpático teatro José Maria Santos, na região central de Curitiba, a cantora e compositora Thayana Barbosa encerra a temporada do projeto Toda Pele – Escola no Teatro. Pensado cuidadosamente para dar a estudantes a oportunidade de vivenciar uma experiência completa de assistir a um show musical com todos os detalhes que uma produção profissional oferece, o projeto começou em 2024 e lotou os teatros Cleon Jacques e o Paiol, com um total de público próximo de mil pessoas.

Leia aqui

Flagrantes do Mundo Jurídico

Cheguei de Corinthiana

Guardo na memória boas lembranças da minha vida de Promotor de Justiça, principalmente dos tempos em que, por força da carreira, ainda morava no interior do estado — primeiro sozinho, quando solteiro, depois com a família, em cidades que marcaram nossas vidas. Fui titular da Promotoria de Justiça da Comarca de Siqueira Campos, região conhecida como Norte Velho, cuja estrada de rodagem, na época, era de macadame: estreita, perigosa; quando chovia, tornava-se barrenta e lisa, e quando fazia sol, levantava uma nuvem de pó vermelho. Saindo de Curitiba, o roteiro percorrido passava por Campo Largo, Ponta Grossa — onde terminava o asfalto — depois vinha Carambeí, Castro, Piraí do Sul, Jaguariaíva, Arapoti, Wenceslau Brás, e então se chegava a Siqueira Campos.

Leia aqui

Os Iguais Se Atraem

 Sei que hoje é um dia reservado para o lazer e eventualmente para uma leitura agradável, que não exija muita perda de fosfato para entender. Peço desculpas, mas depois de ver uma foto do Putin ao lado de cruéis ditadores e ladrões, a pretexto de estarem juntos comemorando a vitória dos Aliados contra o governo nazista, fico imaginando o que o Luiz Ignácio estava fazendo nessa celebração de dirigentes comunistas. O Brasil lutou e foi liderado pelo General “ IKe” com atuação corajosa e inesquecível de nossos Pracinhas com feitos de reconhecida bravura, para libertar os países subjugados ou prestes a serem, a fim de que pudessem resgatar  suas soberanias e constituírem governos que preservassem a liberdade de suas populações.

Leia aqui

Digitando Em Voo

Pois é, depois de sair de  Recife para voltar para casa, o avião  da Gol fez conexão em Brasília, e neste momento estou sentado na poltrona de outro avião conferindo minha bagagem de mãos com receio de ter sido surrupiado por alguma autoridade da República. Porém me senti mais confortável quando a aeromoça informou que o Luiz Inácio e seus vassalos ainda não retornaram da Rússia. Mesmo assim, conferi todos os itens da bagagem, pela fama que tem a Capital federal. Depois que todos passageiros sentaram eu me levantei, olhei para todos lados para ver se avistava algum deputado do PT, PDT e Psol, felizmente não reconheci nenhum deles, respirei mais aliviado anda, e sentei.

Leia aqui

No balcão sem frescura

Não poderia ser outro!

 Nunca duvidei desde muito tempo que o tal do Dino seria indicado pelo Luiz Ignácio  como candidato ao STF na vaga da Rosa Weber; e a previsão se confirmou

Leia aqui

Italianos e o Churrasco...

Quando criança, íamos passar o final de semana na chácara em São Luiz do Purunã. Me recordo de acordar aos domingos com o sino da igreja soando de maneira extremamente delicada, é algo que até hoje tem um significado

Leia aqui

Festival de Petisco em bares de Curitiba

Os amantes das comidas típicas de bares assim como eu, poderão se deliciar com o 1º Festival de Petisco de Curitiba

Leia aqui

Mamãe, eu quero!

Concerto de Natal beneficente terá entrada gratuita no Teatro Positivo

Apresentação adiciona tecnologia e interatividade a espetáculo de música e dança

Leia aqui

Beakman é presença confirmada no Geek City

Atração promete trazer muita nostalgia e ciência para o evento

Leia aqui

Espetáculo inovador de teatro ilusionista no Ave Lola

O público paga quando quiser no ingresso, ao final do espetáculo

Leia aqui

E-ticket

Viajar de carro no Brasil

Cada vez mais as road trips são um novo segmento de destaque entre os Brasileiros. O resgate de viajar de carro é poder explorar e conhecer sem pressa os encantos de cada região

Leia aqui

Barreado fora de Morretes!!

Com esses dias frios, nada como comer bem. A dica de hoje é uma tradicional receita do litoral Paranaense: o barreado. Mas nem só em Morretes, podemos degustar essa maravilha e por isso mesmo listamos algumas opções locais imperdíveis

Leia aqui

Chope nas alturas

Sim, a notícia mais comentada da semana no setor de Turismo, depois das Olimpíadas, foi a divulgação da companhia aérea holandesa KLM que a partir de agosto, passará a servir chope de barril em seus voos

Leia aqui

Aplausos

Curso: designer de sobrancelhas, um mercado promissor e rentável

Com aulas didáticas e metodologia simplificada, o curso de design de sobrancelhas, ministrado por Livia First, ensina os segredos para quem deseja se aprimorar ou entrar neste vantajoso segmento da estética facial.

Leia aqui

Marisa Monte anuncia shows em Curitiba no Teatro Positivo

Em setembro de 2022, Portas se abrem para os fãs de Marisa Monte em Curitiba

Leia aqui

Positivo faz concerto internacional de Natal no Barigui

Inspirado nos grandes festivais europeus, Clássicos Positivo leva orquestra filarmônica ao parque em duas apresentações, abertas e gratuitas, no dia 11 de dezembro

Leia aqui