Custo-benefício para viver e empreender alça Portugal a destino de investimentos e negócios para empresas brasileiras
Mais do que ser porta de entrada do mercado europeu, país oferece benefícios fiscais e ambiente consolidado de inovação para empresas em busca de se internacionalizar
Reconhecida há muitos anos como porta de entrada do mercado europeu, Portugal vem se consolidando como destino de investimentos em internacionalização para empresas brasileiras por uma série de atrativos: bom custo-benefício para viver e empreender, benefícios fiscais, amplo mercado em tecnologia e inovação, mão de obra qualificada em três idiomas e proximidade estratégica com o mercado de países lusófonos e norte-africanos.
“Além das vantagens para empreender em Portugal, com um dos melhores custos de vida da Europa e segurança jurídica, que equaliza oportunidades fiscais para empresas nacionais e estrangeiras, também oferecemos um mercado consumidor de e-commerce que importa 67% de suas encomendas, em plataformas como Alibaba, Aliexpress, Ebay e Amazon”, diz Francisco Saião Costa, diretor para o Brasil da AICEP, agência portuguesa de atração de investimentos.
O economista falou a empresários brasileiros sobre a dinâmica do mercado português em relação aos investidores estrangeiros durante encontro online promovido pelo World Trade Center (WTC) Curitiba e Joinville na última quinta-feira (26), que pode ser acessada no canal do Youtube. O tema foi justamente as oportunidades de negócios em Portugal. A transmissão contou com a presença de executivos brasileiros que empreendem no país em várias frentes, compartilhando suas experiências de negócios e investimentos.
Mediada por Luciano Menezes, presidente do WTC Lisboa e membro do WTC Curitiba na entidade internacional que coordena os mais de 326 escritórios da marca no mundo, o WTCA, a live reuniu ainda João Guetter, head de projetos do WTC Curitiba e representante do COREAngels Atlantic no Brasil, empresa portuguesa de investimento anjo de startups; Marcio Viana, CEO da TOTvs Curitiba e conselheiro na Exago Venture, empresa portuguesa de tecnologia, presente em mais de 10 países; e Samuel Silochi, sócio diretor da Indústria de Móveis Silochi, que vai abrir uma loja em Lisboa no início de dezembro.
Nova loja em Lisboa
Um case recente de internacionalização chamou a atenção dos participantes do encontro. Originária de Balneário Camboriú, a Indústria de Móveis Silochi seguiu a estratégia de se internacionalizar em Portugal a partir do suporte e do ambiente de networking do WTC. “Fomos empreender em Lisboa depois de participar de dois eventos do WTC em Florianópolis. O primeiro foi uma palestra sobre o mercado português, quando iniciamos contato com empresários que operam no país, possíveis fornecedores e outras fábricas de móveis. O WTC foi um grande facilitador para nossa internacionalização. Já tínhamos iniciado operações com o mercado norte-americano, mas nosso objetivo era o mercado europeu. Nossa loja abre agora em dezembro em Lisboa e, para o futuro, queremos lançar uma fábrica”, relata Silochi.
Com o projeto de internacionalização da empresa iniciado há menos de três anos, hoje o empresário já não consegue imaginar a Silochi sem o braço internacional. “Ampliou nossa visão de melhorar os produtos e nos trouxe aprendizados de fora. Não existem produtos que não possam ser levados para Portugal, todos têm potencial, basta ter os contatos certos e uma estratégia bem definida.”
Além das fronteiras
Para Marcio Viana, quando olhamos além do nosso cluster, existe um mundo a ser conquistado. “A era da indústria 4.0, da digitalização e do home office prova cada vez mais que não existem fronteiras no mundo. Isso nos incentiva e quebra paradigmas. Hoje a Totvs tem parceiros e colaboradores em três continentes. Fomos para Portugal sem muito apoio, mas a burocracia lá é bem mais facilitada. O interessante é que Portugal tem profissionais de uma excelência grande, desde a qualidade técnica, de inovação, e é um dos países mais seguros do mundo. Para nós, uma empresa de tecnologia, ter um escritório, uma fábrica, em Portugal é muito estratégico. Amplia nossa competitividade, e nos introduz na Europa pela qualidade técnica e a facilidade de idioma, já que o inglês e o espanhol são dominados pelos profissionais.”
Rede de investidores anjos que nasceu em Portugal, a COREAngels reúne quatro grupos de investimento, com mais três grupos em gestação até o fim do ano. “A COREAngels Atlantic investe em startups brasileiras que querem se internacionalizar, ou que tenham produtos e serviços globais. Já temos três startups investidas em Joinville, São Paulo e Fortaleza, todas de softwares. O caminho é simples para quem quer ser investidor. Já temos 22 no nosso grupo e 18 vagas abertas. Não há necessidade de estar em Portugal, as reuniões são online. A diferença do nosso grupo para outros investidores-anjos no Brasil é que investimos em empresas que já tenham um ano de faturamento, além daquelas muito iniciantes. Temos uma governança forte, acompanhamos a parte estrutural das startups. E as startups que desejarem submeter seus projetos podem nos buscar através do nosso site”, indica Guetter.
Sobre o World Trade Center
Somos um ecossistema global de comércio e investimento, criado há 50 anos como um ponto central de cooperação e conexão, visando a organizar e facilitar a expansão de negócios internacionais. Trabalhamos para dar continuidade ao legado do WTCA, de criar prosperidade e desenvolvimento econômico relevante, com foco no Brasil, mostrando ao resto do mundo o que os estados do Sul do Brasil têm de melhor a oferecer e perseguindo mais oportunidades para nossos associados. Aumentamos a competitividade das empresas locais, geramos negócios, fomentamos o comércio internacional, disseminamos melhores práticas globais, fomentamos a educação e a liderança empreendedora e trazemos inovação e investimentos para o país.
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