Estamos a Caminho
Para quem gosta de acompanhar os novos tempos inaugurado pelo Século que ainda está engatinhando, vale a pena ligar a TV no Canal do YouTube porque tem reportagens gravadas em ruas das cidades de todo o mundo , mostrando a realidade nua e crua do cotidiano. Dias atrás “caminhei” pela glamurosa cidade de Los Angeles no estado americano da Califórnia, quando vivenciei nas principais avenidas o desfile de automóveis que são verdadeiros sonhos de consumo, vitrines de lojas com roupas de grife, homens e mulheres usando trajes despojados de última moda, ruas limpas e arborizadas num verdadeiro cartão de visitas para iludir e atrair turistas em férias.
Nesta gravação não mais do que dez quadras de todos os lados deste cenário cinematográfico surgiram imagens de uma Los Angeles sem maquiagem, fria e imunda. Nas ruas barracas improvisadas e armadas por sem-tetos, disputando com automóveis o mesmo espaço da via pública, com calçadas amontoadas de outras tantas barracas que quase impedem os pedestres de caminhar por elas e o mais tenebroso : uma legião de verdadeiros zumbis usuários da malfeitora anfetamina. Uns em estágio tão avançado que fazem a “dança da morte” quando ficam em pé, de olhos fechados, girando o corpo para todos os lados num balanço doentio e sem perder o equilíbrio. E neste bailado ficam longo tempo sem se importarem com ninguém e sem serem perturbados.
As drogas são consumidas livremente com a polícia só interferindo se houver briga ou assassinato. E não é só na Cidade dos Anjos, estas cenas se repetem na Pensilvânia, Washington, Moscou, Paris e outras localidades do mundo. O tráfico superou a repressão do Estado e a pobreza das populações reflete as irresponsabilidades dos governantes que na sua esmagadora maioria estão nas mãos de incompetentes e salafrários porque os políticos e dirigentes iguais aos “nossos” estão em toda a parte.
A Cracolândia em São Paulo é uma pequena amostra do que verdadeiramente está acontecendo nas cidades brasileiras onde o tráfico e o consumo de drogas escraviza cada vez mais os humanos, para torná-los um peso para a sociedade. E daí aumenta cada vez mais os assistidos e o valor da Bolsa disto, daquilo e daquele outro, numa ciranda que não tem mais fim. O governo não ensina ninguém a pescar. Claro que nem todos são necessitados porque tem gente que não trabalha (e tem condições de trabalhar) mas prefere ganhar os benefícios do Estado.
E cada dia nascem novos inocentes para viverem a míngua e sem nenhum futuro. Claro que neste panorama de desencontros aquele que quiser cooptar o povo excluído ofertando o sonho miraculoso de um mundo de igualdade social consegue alinhar uma legião de revoltados, dispostos a tudo para construir uma utopia. Mal sabem eles que nunca existiu um único lugar visionário como o que lhes é prometido. Eis aí, em suma, um caldo muito triste de uma verdade que só não enxerga quem não quiser ver.
Daí a libertinagem sexual, a violência, o crime, o destempero nas relações entre pessoas, o desemprego, o desamor familiar, as diferenças econômicas e as existências de dois mundos diferentes em um mesmo planeta. E para piorar o modernismo da sobrevivência escanteou Deus para ser esquecido em algum lugar incerto e não sabido. Como dizem os mais céticos “é o final dos tempos.”
E para quem conhece um pouco da História é bem possível que seja mesmo o fim da atual Civilização pois esta já atingiu seu ápice quando o homem desceu na lua e vivenciou o inacreditável avanço da tecnologia, para então iniciar a fase do declínio. Sim porque estamos testemunhando a degradação humana, a prática generalizada da corrupção que envenenou todas as Civilizações antecedentes e só está mesmo faltando que algum alucinado aperte o botão da destruição. E não falta quem tenha vontade de arremessar o primeiro petardo nuclear no quintal do inimigo.
E o que virá depois ? Com certeza uma nova Civilização sem problemas pelo menos até os humanos começarem a controlar o fogo, inventarem a roda, o pneu, o carro, a máquina têxtil , a arma , o computador, o satélite artificial, a espaçonave, o dinheiro virtual e começarem a alardear que homem e mulher é a mesma coisa pois é uma simples opção …
“Se as Civilizações vivenciaram um ciclo de auge e de declínio porquê a atual não terá o mesmo fim? O cenário e seus personagens estão às vistas e todos os ingredientes também. Não falta mais nada. Só um dedinho no botão certo.”
Édson Vidal Pinto