Trabalho & Previdência
Data consagrada ao Trabalho, no Brasil dedicado ao ócio, na Rússia a famosa parada militar para consagrar a vitória do proletariado sobre a burguesia dominante. Uma farsa típica da esquerda porque a festa será sempre da elite que detém (a ferro e fogo) as rédeas do poder. Mas em todo o mundo tem gente que odeia o trabalho, tem nojo do seu inventor, e prefere viver as custas do assistencialismo dos Estados. No entanto, dentre os trabalhadores, existe uma maioria que ao alcançar a aposentadoria afirma, como única verdade, que apesar de tudo nunca trabalharam na vida. Este é o meu caso: trabalhei e contribui para a Previdência estadual dos meus 14 anos até os 70 anos de idade, ininterruptamente, e nunca trabalhei, porque sempre fiz aquilo que sempre gostei. Pois trabalho prazeiroso, não é trabalho. Tudo bem? Mais ou menos. Enquanto trabalhei no Ofício Público (Promotor de Justiça, Procurador de Justiça, Diretor-Geral da Secretaria de Estado da Segurança Pública, Secretário de Estado da Justiça, Juiz de Alçada e Desembargador) sempre tive descontos da Previdência, como diziam, para que esta no futuro pudesse suportar minha aposentadoria. Claro, por ser justo, nunca me insurgi. Contudo, quando me aposentei (por idade) continuou o meu desconto da Previdência (porque a arrecadação não suportará no futuro o número de aposentados (?)). Ora, claro que não posso concordar com isto, mas não adianta bater o pé. E o pior: quando eu morrer, minha mulher será pensionista, mas também passará a descontar para a mesma Previdência. Vamos e venhamos: será um absurdo! Ao invés da Previdência pagar meu salário eu continuo contribuindo para que ela faça a farra com o meu dinheiro. Ademais, não admito a alegação de que ela está falida, para justificar contribuições indevidas. Na verdade (falo da Previdência do Paraná) foram as más gestões e falta de cuidado de alguns governantes que dilapidaram o chamado “fundo previdenciário”. O Álvaro Dias em um único decreto passou 60.000 empregados celetistas (que só contribuíram para s Previdência Federal) para o Quadro de Estatuários, e este pessoal hoje está aposentado às custas da incompetente Paraná Previdência. A União nunca devolveu o que recebeu destes funcionários. E o Requião - nos seus governos desastrosos - só usufrui do dinheiro do referido fundo para dar-lhe destinações diversas. Foi uma tragédia. E hoje, então, continuam os descontos (criminosos) dos aposentados. Sem contar, também, as aposentadorias de governadores, um presente imoral e irresponsável do STF. Esta é a verdade sem nenhum sofisma. Os que trabalharam e cumpriram os prazos temporais para a aposentadoria, também aqueles outros que foram aposentados por invalidez ou graves enfermidades, têm o direito de receberem seus proventos sem o desconto previdenciário. Em que pese existir lei autorizando estes descontos, eles no mínimo são imorais. E hoje, no dia do Trabalho, os aposentados nao têm o quê comemorar, pois para nós Magistrados (imagino que também para as outras carreiras públicas), além do fatídico desconto previdenciário, também perdemos a isonomia salarial com nossos pares que estão na Ativa, pois um Juiz que ingressou ontem na Magistratura ganha estupidamente muito mais do que ganhamos apenas com os nossos proventos mensais…
“Como distinguir servidores que estão na mesma Carreira, mesmo degrau, só porque passaram (por direito e mérito) à inatividade, perder a isonomia salarial com os que estão na Ativa ?
Onde está a lógica? Mal comparando, um soldado pode ganhar mais do que um general de Exército? Onde está a lógica?”