Filmes e Gibis do Tempo do Hopalong Kassidy
Claro que nesta vida tem gosto para tudo, luxo para uns é lixo e lixo para outros é luxo. Afinal em pleno Século XXI dá para afirmar sem errar que gosto não se discute. Mas tem certas coisas que é difícil de digerir e por mais liberal que a pessoa seja ela não aceita e ponto final. Não vou discorrer sobre moda, modos, ideologia, libertinagem, sacanagem, corrupção, beleza, classe social, tabus, profissão e nem política. E muito menos vou comentar sobre o controvertido Francisco. Nada disso, pois afinal hoje é domingo dia para recarregar as baterias e não para quebrar a cabeça com reflexões ou assuntos chatos da mesmice diária. Não, vou abordar tema descartável, porém legal apenas a título de provocação. Nada mais.
Dias atrás peguei o controle remoto da televisão e comecei uma bateria de troca de canais pagos e abertos e comecei a observar os filmes para o público infanto-juvenil. Gente, com perdão da palavra, que besteirol sem tamanho. Desenhos feito por computação cujos personagens são rabiscos em forma de gente, coisas e bichos; com trilha sonora barulhenta e as batalhas travadas entre os personagens são impossíveis de aguentar pela velocidade das naves espaciais e manobras radicais que transcendem a imaginação.
Como disse anteriormente tem pessoas que gostam e as crianças com certeza ficam atraídas pelas cenas coloridas e repletas de parafernálias. E os desenhos japoneses são os piores de todos. Pena que esses jovens não tiveram a oportunidade de ter assistido “Os Patrulheiros Toddy “, “Lassie”, “Rintintim”, Bat Masterson”, “David Crockett”, “Zorro”, “ Mister Magoo”, “Flintstones”, “Pepê Legal”, “Manda Chuva” e nem lido os gibis do Walt Disney com as aventuras do Mickey, Pato Donald, Pateta, Tio Patinhas, Vovó Donald, Pluto, Clarabela e tantos outros personagens inesquecíveis.
Nem ouso referir dos verdadeiros cowboys de minha infância nas revistas do “Hopalong Cassidy”, “Durango Kid”, “Tim Holt”, “Roy Rogers”, “Búfalo Bill”, “Cavaleiro Negro”, “Black Diamond” e nem dos personagens misteriosos como o “Fantasma”, “Mandrake”, “Nick Holmes”, “Flash Gordon”, “Dick Trace”, “O Sombra” e os clássicos desenhados a bico de pena como “Super-Homem”, “Batman e Robin”, “Capitão Marvel” e outros que faziam a alegria de toda uma geração.
Tinham histórias com ótimos enredos com início, meio e fim que visava divertir e transmitir mensagens educativas. Eram imperdíveis poder sorver o conteúdo das revistas “Tico-Tico”, “Tico e Teco”, “Luluzinha”, “Hortelino Trocaletra”, “Pernalonga”, “Mickey Mouse”, “Alice”, “Frajola”, “Tom e Jerry” e dos anos oitenta para cá apareceram as criações maravilhosas de Maurício de Sousa com a endiabrada “Monica” e sua turma. Não querendo polemizar, mas os filmes de séries de curta duração e os gibis de ontem eram bem melhores do que os de hoje, apesar dos recursos técnicos bem mais avançados. Por quê? Porque “nossos” heróis eram iguais a gente e retratavam nossos percalços e mazelas para nos ensinar a não errar na vida.
O entretenimento da atualidade tem palavrões, doses de erotismo, diálogos sem muito conteúdo e desenhos fantasgoricamente arquitetônicos elaborados sem muito primor artístico. Claro que eles também têm um público certo e cativo que não conheceram a arte gráfica e cênica feita pelos desenhistas do passado, para poderem julgar qual deles é o melhor. Tudo bem, gosto como disse, não se discute. E a provocação que mencionei no preâmbulo é dirigido aos leitores desta minha crônica pois lembrei de alguns filmes de TV do passado e de algumas revistas em quadrinhos.
E só para matar o tempo de domingo: alguém pode comentar se lembrou de outros títulos de filmes e gibis que já não editam mais? Agradeço antecipadamente qualquer contribuição ...
“Filmes de curta duração e gibis que marcaram época vivem no imaginário das gerações. Tudo tem o seu momento, estilo, personagens e conteúdo. Que tal aceitar a provocação e elencar novos títulos? O desafio está feito!”
Edson Vidal Pinto
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