Olho o relógio e ele está marcando  16:20 horas, sol a pino, temperatura de 32 graus no  balneário de Guaratuba, estou escrevendo esta crônica dentro da piscina, apenas com os braços fora d’água para poder digitar meu pequeno celular. Estou pensando no quê escrever para amanhã, talvez sobre a tranquilidade de estar com a água até quase o pescoço para fugir do calor, ou, quem sabe, sobre as ponderações feitas pelo Prof. Ives Gandra acerca do imbróglio causado pelas últimas provocações do Xandão.

Não sei explicar o porquê as vezes eu penso no Xandão, na vida que ele deve estar levando e como manter a aparência de homem destemido e honrado, cônscio de estar cumprindo com fidelidade suas responsabilidades profissionais. Fico imaginando (talvez por também ser Magistrado)  a sua vida familiar, sempre cercado de seguranças pela polícia do governo (PF) em todos os lugares públicos que possa frequentar, sujeito a ofensas e até agressões. Vale lembrar o episódio ocorrido no aeroporto de Roma que se transformou num escândalo internacional. E pensar que ele não está nesta situação como há anos atrás esteve o Juiz Falconí na Itália, quando por dever de ofício teve que enfrentar a Máfia com seus poderosos tentáculos de maldade.

Com buscas, apreensões e para saber ao certo como funcionava a indústria do “golpe”engendrado  no governo de Jair Bolsonaro, com envolvidos querendo se perpetuar no poder,  o Xandão determinou (em longoooooo e minucioso despacho) que a polícia federal agisse para lhe dar uma resposta e não deixá-lo atormentado pela dúvida. Afinal: houve ou não tentativa de golpe? Sim, porque, ficar na incerteza deve ser um pesadelo e tanto para a totalidade do povo brasileiro. E a “pulicia” alargou seus tentáculos para todos lados a fim de cumprir as ordens soberanas, deixando em polvorosa os “conspiradores”.

 E quando me dei  por mim estava em Guaratuba a praia mais charmosa do Paraná, nem senti a viagem apesar da rodovia esburaca como dente mal cuidado  e depois de ter ficado numa fila imensa, parado por mais de duas horas nas proximidades do viaduto dos padres, comendo com paciência de Jó bolacha “Clube Social” e tomando Coca-Cola geladinha. Pudera, pois eu estava muito confortável (com minha garota do meu lado) dentro do meu Fiat 147, cor laranja táxi, um tapete voador da tecnologia de ponta.

E pensar que um dia o povo brasileiro acordou com a notícia do início da “Operação Lava Jato”, quando a Polícia Federal pela primeira vez ingressou no âmago da corrupção do país e trouxe à tona toda a sujeira que envolve gente poderosa, políticos e empresários ávidos por lucros fáceis. O inquérito policial em comento teve uma infinidade de desdobramentos com escândalos aparecendo aqui, ali acolá, em diversos estados, com personagens do submundo tendo seus nomes referidos e estampados nas páginas dos principais jornais do país. Foi um alento para as pessoas de bem, que trabalham, produzem e pagam impostos, porque a mamata do dinheiro fácil e podre parecia que ia terminar.